Merkel ensaia aproximação da Rússia antes de cúpula da Otan

BERLIM (Reuters) - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, ofereceu a Moscou sua "mão estendida ao diálogo" nesta quinta-feira, um dia antes de líderes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se reunirem em Varsóvia, na Polônia, para cimentar uma política de dissuasão contra o que veem como uma Rússia cada vez mais ousada.

A Alemanha, que ajudou a suavizar a Guerra Fria com sua 'Ostpolitik', ou a aproximação de Estados comunistas no leste europeu, quer uma relação construtiva entre a Rússia e a Otan, disse Merkel.

"Isto significa dissuasão e diálogo, o comprometimento claro com a solidariedade com nossos parceiros na aliança... e uma mão estendida ao diálogo", disse ela ao parlamento.

A cúpula de dois dias será dominada pela reação da entidade à Rússia e pelo conflito no leste da Ucrânia, que o Ocidente acusa Moscou de fomentar a um custo de mais de 9 mil vidas. O conflito levou o Ocidente a impor sanções econômicas à Rússia e provocou contramedidas de Moscou.

A Rússia diz que é a aliança, e não Moscou, que está aumentando o risco de um conflito mais abrangente na Europa, citando a maior modernização da Otan desde a Guerra Fria e o escudo de defesa de mísseis dos Estados Unidos como motivos para se preocupar.

Os EUA querem entregar o comando e o controle do escudo de mísseis à Otan em Varsóvia. Merkel disse que o sistema, que é parte da reação norte-americana para garantir proteção de mísseis do Irã, está posicionado de maneira puramente defensiva.

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