Presidente das Filipinas diz quer irá inaugurar alianças com Rússia e China
MANILA (Reuters) - O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, disse nesta segunda-feira que irá visitar a Rússia e a China neste ano para criar uma política externa independente e "abrir alianças" com duas potências que têm rivalidades históricas com os Estados Unidos.
Duterte disse que as Filipinas chegaram a um "ponto sem volta" em suas relações com os EUA, de quem foram colônia, e que por isso quer fortalecer seus laços com outros, e escolheu duas potências globais com as quais Washington vem se digladiando na arena política internacional.
Na semana passada, ele declarou que irá visitar em breve – e com frequência – a China, com a qual a relação continua fria por conta de uma arbitragem a respeito do Mar do Sul da China que as Filipinas venceram em julho. Ele disse que o primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev, o espera em Moscou.
Pequim reclama para si a maior parte do Mar do Sul da China, através do qual mais de 5 trilhões de dólares de mercadorias circulam anualmente. Brunei, Malásia, Filipinas, Taiwan e Vietnã também têm aspirações no local.
Em julho, uma corte de arbitragem de Haia invalidou as reivindicações chinesas sobre a rota marítima em um caso aberto pelas Filipinas, um veredicto que Pequim se recusa a reconhecer.
"Estou pronto para não realmente romper os laços (com os EUA), mas iremos abrir alianças com a China e... Medvedev, ele está lá esperando minha visita", disse Duterte a repórteres, acrescentando que irá abrir o "outro lado da barreira ideológica".
Ele deu boas-vindas aos investimentos e minimizou os temores expressados pela agência de avaliação de risco Standard and Poor's na semana passada sobre a economia filipina sob seu comando e sua imprevisibilidade.
"Não deem bola para as avaliações", disse. "Irei abrir as Filipinas para eles fazerem negócios, alianças de negócios e comércio".
O peso filipino chegou à sua menor cotação desde 2009 nesta segunda-feira, e investidores estrangeiros se desfizeram de ações locais durante seis semanas consecutivas, preocupados com a retórica anti-EUA de Duterte e com sua guerra brutal às drogas, que vem alarmando grupos de direitos humanos em casa e no exterior.
(Por Manuel Mogato e Enrico dela Cruz)