Investigação revela que voo derrubado no leste da Ucrânia foi abatido por míssil russo
Por Toby Sterling e Anthony Deutsch
NIEUWEGEIN, Holanda (Reuters) - Promotores internacionais que investigam a derrubada de um avião de uma empresa aérea da Malásia dois anos atrás concluíram que a aeronave foi abatida por um míssil de fabricação russa disparado de um território do leste da Ucrânia dominado por rebeldes.
A descoberta contraria a alegação de Moscou de que o voo, que seguia de Amsterdã para Kuala Lumpur em julho de 2014, teria sido derrubado pelo Exército ucraniano. Um míssil terra-ar atingiu o voo 17 da Malaysia Airlines no dia 17 de julho de 2014, matando todas as 298 pessoas a bordo, a maioria cidadãos holandeses.
Os procuradores disseram durante entrevista coletiva na cidade holandesa de Nieuwegein que a equipe de investigação identificou 100 pessoas descritas como suspeitas, mas ainda não identificou suspeitos individuais formalmente.
Não ficou claro se uma ordem foi dada para o lançamento do míssil ou se ele os soldados agiram de forma independente, disseram os procuradores.
Repetindo as negações, o Kremlin disse que dados de radar mostraram que o avião não foi derrubado por um foguete disparado de um território comandado por separatistas pró-Rússia no leste ucraniano.
"Dados de radar de primeira mão identificaram todos os objetos voadores que poderiam ter sido lançados ou estar no ar sobre o território controlado por rebeldes naquele momento", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em Moscou.
"Os dados são claros... não há foguete. Se havia um foguete, só poderia ter sido disparado de outro local", afirmou.
À época do incidente, separatistas pró-Rússia combatiam forças do governo da Ucrânia na região. O Boeing 777 se despedaçou em pleno ar, lançando destroços ao longo de vários quilômetros de campos em território rebelde.