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Invasão de ativistas pela independência leva caos a sessão do Parlamento de Hong Kong

26/10/2016 09h28

Por Venus Wu

HONG KONG (Reuters) - O Parlamento de Hong Kong vive um dia de caos nesta quarta-feira, quando dois parlamentares pró-independência desafiaram uma proibição de entrada e invadiram a Casa enquanto democratas formavam um cordão humano ao seu redor, o que forçou o adiamento da sessão.

Na terça-feira, o presidente do Conselho Legislativo da cidade administrada pela China adiou a posse de Yau Wai-ching, de 25 anos, e de Baggio Leung, de 30, e os proibiu temporariamente de participar de reuniões após semanas de pressão de facções leais a Pequim.

"Se perdermos esta guerra... nosso sistema acaba. Não temos espaço para recuar", disse Leung com os olhos cheios de lágrimas.

A dupla, que representa uma nova leva de ativistas mais radicais na política tradicional, teve seus juramentos de posse invalidados neste mês por causa da linguagem e de um cartaz que foi considerado depreciativo para a China.

"Parlamentares eleitos democraticamente precisam fazer seu juramento", gritaram os democratas enquanto abriam caminho para a sessão escudando Yau e Leung.

Eles pediram a renúncia do presidente do Conselho, Andrew Leung, e Yau o acusou de "destruir a dignidade" do organismo, que testemunhou cenas caóticas à medida que a sessão degenerava em balbúrdia.

Milhares de legalistas pró-Pequim se reuniram do lado de fora do parlamento para repudiar os parlamentares pró-independência. Agitando as bandeiras da China, os manifestantes viraram o polegar para baixo enquanto gritavam: "Contra os insultos à China, contra a independência de Hong Kong, protejam a dignidade nacional".

A ex-colônia britânica de Hong Kong voltou ao controle chinês em 1997 conforme o princípio de "um país, dois sistemas", permitindo uma variedade de liberdades inexistentes no território continental chinês.

Outrora um tabu, o tema da independência ganhou ímpeto porque as manifestações pró-democracia do final de 2014, que paralisaram partes do centro financeiro asiático, não bastaram para obter concessões dos líderes do Partido Comunista em Pequim.