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Leilão de linhas de energia volta a atrair investidor; elétricas privadas dominam

28/10/2016 15h19

Por Luciano Costa

SÃO PAULO (Reuters) - O setor de transmissão de eletricidade do Brasil voltou a atrair investidores em um leilão de linhas como não se via desde 2012, com fortes disputas por alguns lotes e um amplo domínio de elétricas privadas como Equatorial Energia, Cteep, Taesa e Alupar, que há tempos não mostravam tanto apetite em licitações públicas.

A Equatorial, que até então não atuava no setor de transmissão, foi o grande destaque do leilão promovido nesta sexta-feira pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), ao levar sete lotes e apresentar também o maior desconto em relação à receita anual máxima oferecida pela construção e futura operação das linhas, com deságio de 27,99 por cento pelo lote 9.

Após a Aneel adiar o certame no final de agosto, para elevar pela segunda vez consecutiva as receitas oferecidas aos concessionários, apenas 3 dos 24 lotes de projetos ofertados não receberam proposta, em nítido contraste ante as licitações realizadas após 2013, nas quais boa parte dos empreendimentos ficou sem atrair investidores.

Seis lotes foram licitados sem deságio, enquanto os demais tiveram descontos que variaram de cerca de 5 por cento até um máximo de 27,99 por cento.

Entre as empresas vencedoras também destacaram-se a Taesa, controlada pela elétrica Cemig e pelo fundo Coliseu, e a Cteep, que participaram da maioria das disputas.

Além de levarem um lote cada uma, sozinhas, as empresas se juntaram em um consórcio que arrematou outros dois empreendimentos.

Outros grupos que apareceram com força na licitação foram um consórcio entre a espanhola Cymi e o fundo de investimentos Brasil Energia, que ficou com três lotes, e a elétrica Alupar, que levou dois lotes.

A elétrica EDP Brasil arrematou um lote, mesmo número de empreendimentos levado por um consórcio entre Nasspe e BTG Pactual. A Construtora Brasil, o fundo de investimentos Pátria e a Empresa Amazonense de Transmissão de Energia também levaram um lote cada.

Além dessas empresas vencedoras, também participaram do leilão, sem sucesso, empresas como Celg-GT, Zopone Engenharia e Celeo Redes.

A chinesa State Grid, que vinha se destacando no setor, chegou a se cadastrar para alguns lotes, mas não apresentou nenhum lance.

A estatal Eletrobras também ficou de fora, em meio a dificuldades financeiras e um esforço para concluir obras atrasadas.