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Presidente do Parlamento Europeu anuncia saída; UE e Alemanha podem ter mudanças políticas

24/11/2016 19h06

Por Alastair Macdonald e Philip Blenkinsop

BRUXELAS (Reuters) - O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, está retornando à política alemã, levantando a hipótese de que ele possa vir a disputar o cargo de chanceler com Angela Merkel e provocando especulações sobre mudanças nas instituições da União Europeia.

Schulz afirmou em entrevista à imprensa que ele não disputaria a reeleição para presidente do Parlamento do bloco europeu e iria em vez disso concorrer a um assento no Legislativo alemão nas eleições federais do ano que vem.

Ele não comentou as indicações de que poderia suceder o ministro do Exterior de saída, Frank-Walter Steinmeier, ou se tornar o candidato social-democrata para enfrentar a conservadora Merkel na sua tentativa de ganhar um quarto mandato no pleito de setembro.

Schulz, de 60 anos, estava pressionando por um terceiro mandato de 30 meses como presidente do Parlamento Europeu, indo de encontro a um acordo pelo qual ele abriria caminho para um presidente da centro-direita, o maior grupo da câmara.

Se os conservadores, que formam um coalizão efetiva com a centro-esquerda de Schulz em Bruxelas, assegurarem a presidência em janeiro, todos os três principais órgãos políticos da União Europeia serão liderados pela centro-direita, uma possibilidade que provoca o debate sobre uma mudança na Comissão Europeia e no Conselho Europeu.

O presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, pressionara os seus colegas conservadores a aceitar a permanência de

Schulz para haver uma maior estabilidade, depois do voto britânico em junho para deixar o bloco. Ele negou ter ameaçado renunciar se Schulz fosse forçado a sair, mas disse na quinta-feira que lamentava a partida.

Junker, de Luxemburgo, exerce mandato de cinco anos até outubro de 2019. O mandato do presidente do Conselho, Donald Tusk, que vai presidir as negociações sobre a saída do Reino Unido, termina em maio.