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Consumo de aço do Brasil em 2017 deve crescer 3,5%, diz IABr

29/11/2016 20h02

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O consumo aparente de aço no Brasil no próximo ano deve subir cerca de 3,5 por cento, para cerca de 18,5 milhões de toneladas, informou nesta terça-feira a associação que representa os produtores da liga no país, IABr.

Para este ano, a entidade espera uma queda de 16,2 por cento no consumo aparente, conceito que inclui vendas de produtos produzidos no país e importações.

Já para as vendas internas de aço a expectativa é de alta de 3,6 por cento em 2017, para 16,9 milhões de toneladas, segundo o IABr.

Em 2016, as vendas internas devem cair 10,1 por cento, para 16,3 milhões de toneladas.

Segundo o IABr, o setor siderúrgico retrocedeu em 2016 cerca de dez anos devido à forte queda na demanda interna.

"Em 2016, fecharemos com mesmo nível de produção de 10 anos atrás e com cerca de 30 milhões de toneladas ou 60 por cento da capacidade instalada", disse o presidente do conselho diretor do IABr, Alexandre Lyra, a jornalistas.

"Estamos numa máquina do tempo (...) ao longo desses 10 anos foram feitos investimentos para uma capacidade de 50 milhões de toneladas, mas a produção está bem abaixo disso”, acrescentou.

A previsão de expansão das vendas e do consumo aparente em 2017 é apoiada na perspectiva do IABr de um crescimento do PIB no ano que vem de entre 0,6 e 0,7 por cento ante expectativa de expansão de 1 por cento, estimada pelo governo.

Segundo a entidade, a retomada da economia precisa passar pelas exportações e por isso o IABr tem defendido a elevação da a alíquota do programa Reintegra dos atuais 0,1 por cento para 5 por cento a partir de 2017.

O Reintegra é um programa que devolve ao setor produtivo encargos e tributos acumulados ao longo da cadeia que acabam sendo exportados embutidos em um determinado produto e que vem sendo questionado pelos Estados Unidos.

Um estudo encomendado pelo IABr e mais 8 entidades ligadas à indústria da transformação (Abicalçados, Abimaq, Abinee, Abiquim, Abit, Anfavea, Eletros e Sindipeças) afirma que se o Reinegra subir para 5 por cento e as exportações crescessem 10 por cento, a arrecadação líquida do governo se manteria preservada e poderiam ser gerados mais de 400 mil empregos.

O estudo vai ser apresentado em breve à equipe econômica do governo federal, afirmou Lyra.

Em outubro, a produção de aço do Brasil caiu 8,8 por cento sobre um antes, para 2,7 milhões de toneladas. No ano até o mês passado, a produção tem recuo de 9,2 por cento, a 25,6 milhões de toneladas. Enquanto isso, as vendas no mercado interno recuaram 5,5 por cento em outubro, acumulando queda neste ano de 11 por cento.

CADE

O presidente-executivo do IABr, Marco Polo Lopes, contestou durante a apresentação dos números a decisão da Superintendência Geral do Cade de encaminhar ao tribunal do órgão processo aberto que acusa a entidade de atuar para dificultar importações de vergalhões no país.

"Temos agido de forma ética em defesa da qualidade do aço, da imagem do setor e, em defesa, principalmente, da segurança da população brasileira”, Lopes.

Segundo a denúncia feita ao Cade pela Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Aço (Abrifa), o IABr teria aberto diversas ações judiciais para impedir a importação de vergalhões no país.

Lopes afirmou que muitos vergalhões usados em obras e construções pesadas no país estariam fora de padrões de conformidade previstos na lei brasileira colocando em risco a segurança da população. Segundo ele, as ações abertas pelo IABr tiveram como objetivo pedir que o poder público verificasse a qualidade técnica de vergalhões importados.

(Por Rodrigo Viga Gaier)