Hotéis Trump se retiram de empreendimento no Rio citado em investigação criminal
BRASÍLIA (Reuters) - A Organização Trump disse nesta quarta-feira ter se retirado do empreendimento de um hotel no Rio de Janeiro que é parte de uma investigação criminal no Brasil, com uma porta-voz dos Hotéis Trump alegando atrasos na construção e diferenças de visão.
O Trump Hotel Rio de Janeiro, uma propriedade de frente para a praia com 170 quartos e perto de onde foi o Parque Olímpico, era gerenciado pela empresa imobiliária do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, embora nenhum dinheiro da Organização Trump tenha sido investido no projeto.
"Infelizmente, os desenvolvedores do hotel no Rio de Janeiro estão bastante distantes de completar a propriedade e a visão deles para o hotel não mais se alinha com a marca dos Hotéis Trump”, afirmou Jennifer Rodstrom, porta-voz dos Hotéis Trump, num comunicado por email nesta quarta.
A Reuters havia dito em novembro que o procurador federal Anselmo Lopes havia aberto uma investigação criminal sobre os investimentos feitos por dois pequenos fundos de pensão estatais no hotel.
Os Hotéis Trump não quiseram comentar se a decisão de se retirar do hotel do Rio tinha alguma relação com a investigação.
Quando abriu a investigação, Lopes disse que o tamanho, a estrutura e o risco de investimento no hotel, cujo proprietário e desenvolvedor é a LSH Barra Empreendimentos Imobiliários, era suspeito.
“É necessário verificar se o favoritismo mostrado pelos fundos de pensão em relação à LSH Barra Empreendimentos Imobiliários e à Organização Trump foi devido a pagamentos ilícitos e propina”, disse Lopes na ocasião.
A Organização Trump e a LSH negam irregularidades.
Os planos para construir o hotel foram anunciados em 2014, e a previsão é que ele ficasse pronto a tempo das Olimpíadas em agosto. Os atrasos fizeram com que o hotel estivesse aberto somente de forma parcial durante os Jogos, com menos de metade dos quartos disponível.
(Reportagem de Stephen Eisenhammer)
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