Hypermarcas negocia venda de unidade de fraldas para belga Ontex por R$1 bi, diz fonte
Por Guillermo Parra-Bernal
SÃO PAULO (Reuters) - O grupo brasileiro de produtos farmacêuticos Hypermarcas decidiu vender a divisão de fraldas para a belga Ontex por cerca de 1 bilhão de reais em dinheiro, disse uma fonte com conhecimento da operação.
Ambas as empresas confirmaram na manhã desta quinta-feira que as conversas estão em estágio avançado. A Hypermarcas ressaltou, contudo, que até o momento nenhum "instrumento vinculante foi assinado", segundo fato relevante. Já a Ontex informou não haver garantias de que a transação vai se materializar porque as duas partes não estão legalmente obrigadas a proceder com a operação.
De acordo com a fonte ouvida pela Reuters, que pediu anonimato porque os termos do negócio permanecem confidenciais, o anúncio de venda pode sair ainda nesta quinta-feira.
No ano passado, a Hypermarcas contratou consultores para avaliar uma cisão das operações ou venda definitiva da unidade. O negócio, que demorou um ano a mais que o esperado, surge no momento em que a divisão de fraldas sofre com falta de escala e reconhecimento da marca, além de custos maiores com matérias-primas em meio à desvalorização acentuada do real.
Em outubro de 2015, a Reuters informou que a Hypermarcas havia oferecido a unidade para Kimberly-Clark, CMPC, Procter & Gamble e Svenska Cellulosa.
A negociação, que a Hypermarcas pretendia fechar por 1,5 bilhão de reais, ficou estagnada alguns meses depois, com divergências sobre preços e questões tributárias, disseram pessoas familiarizadas com a decisão nos últimos meses.
Além de consolidar a saída da Hypermarcas do segmento de produtos descartáveis, a venda dos negócios de fraldas ainda marca a entrada da Ontex na principal economia da América Latina após a aquisição do mexicano Grupo P.I. Mabe SAB em março.
Fundada em 1981, a Ontex está entrando em mercados com potencial de crescimento para combater a fraca atividade na Europa Ocidental, no Oriente Médio e na Rússia.
FOCO
As ações da Hypermarcas acumulam alta de cerca de 15 por cento neste ano, desempenho aquém do avanço de 33 por cento do Ibovespa. Os papéis refletem os efeitos da pior recessão desde a década de 1930 e da turbulência política sobre os setores de bens de consumo e farmacêutico.
Nos últimos anos, o presidente da Hypermarcas, Claudio Bergamo, optou por concentrar as operações da empresa no segmento farmacêutico. Com o aval do acionista majoritário e presidente do conselho, João Alves de Queiroz Filho, Bergamo liderou uma série de aquisições para a empresa na última década.
Atualmente, a Hypermarcas é uma das principais produtoras de medicamentos genéricos e de balcão.
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