Após ataques, cristãos celebram Natal com medo em Bagdá
Cristãos em Bagdá celebraram o Natal neste domingo em estado elevado de medo depois de ataques com mortes contra lojas de propriedade de cristãos que vendiam álcool.
Duas lojas vizinhas estavam repletas de buracos de balas e com manchas de sangue depois que homens armados abriram fogo no fim da sexta-feira, na região de Ghadeer, em Bagdá. A polícia e fontes médicas disseram que três pessoas foram mortas e quatro ficaram feridas.
Ativistas locais deram um número de mortos maior. Rayan al-Kildani, comandante das Brigadas Babiliyon, um grupo de voluntários cristãos formado para lutar contra militantes do Estado Islâmico, afirmou que oito cristãos e um integrante da seita yazidi haviam sido mortos no ataque.
"Que presente sangrento que eles nos deram pelo Natal", disse à Reuters Joseph Warda, um ativista cristão de direitos humanos.
Maria Polos, uma professora aposentada no distrito onde o ataque ocorreu, afirmou que ela e outros cristãos estão com medo de celebrar o feriado em público. Temos medo de ser mortos como os da loja de bebidas, afirmou ela. "Nos sentimos como alienígenas neste país."
A venda de álcool é em geral rejeitada por muçulmanos iraquianos xiitas e sunitas, e lojas administradas por cristãos que vendem bebidas foram alvos frequentes de militantes dos dois grupos muçulmanos durante os anos da guerra sectária no Iraque.
Neste ano, as forças do governo estão expulsando combatentes do Estado Islâmico de parte do norte do Iraque onde o grupo militante havia proibido a prática de qualquer religião que não o Islã sunita.
Áreas antes controladas pelo grupo tiveram as suas primeiras celebrações de Natal desde 2013, e muitos cristãos nesses locais parecem mais esperançosos do que antes sobre o destino de comunidades que vêm desde os tempos bíblicos.
Na capital Bagdá, que é controlada pelo governo iraquiano e as forças de segurança dominadas pela maioria xiita do país, cristãos celebram o Natal em igrejas decoradas para a ocasião. Contudo, muitos dizem ainda viver com medo e não sentem que as autoridades os protegem de forma adequada.
Embora as identidades dos homens que atacaram as lojas não sejam conhecidas, a área é predominantemente xiita, e grupos xiitas mantêm um controle firme sobre a segurança.
(Por Ahmed Rasheed)
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