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PDT formaliza candidatura de André Figueiredo para presidir a Câmara e espera contar com apoio do PT

17/01/2017 19h59

(Reuters) - A Executiva Nacional do PDT formalizou nesta terça-feira a candidatura do deputado André Figueiredo (CE) à presidência da Câmara dos Deputados e o parlamentar disse esperar contar com o apoio do PT e do PCdoB na disputa.

Figueiredo deverá enfrentar o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e os deputados Jovair Arantes (PTB-GO) e Rogério Rosso (PSD-DF), embora Rosso tenha dado mais uma sinalização nesta terça de que pode desistir da disputa.

PT e PCdoB devem decidir nesta semana qual candidatura apoiarão, e Figueiredo disse esperar o apoio das duas siglas, que, assim como o PDT, foram contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

“Seria no mínimo contraditório que esses dois partidos, que têm uma trajetória política de respeito e de lutas em prol da democracia, venham a apoiar eventuais candidatos que atentaram contra a nossa democracia em um passado recente”, disse o parlamentar cearense.

“Nossa candidatura é irreversível”, acrescentou, de acordo com nota publicada no site do partido.

O PT, no entanto, pode decidir apoiar Maia ou Jovair com vistas a garantir uma vaga para o partido na Mesa Diretora da Casa.

Mesmo sem uma definição petista, a formalização da candidatura de Figueiredo contou com a participação do líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), que elogiou o pedetista.

“Olhamos com muita simpatia a candidatura do André, porque estamos no mesmo campo progressista; temos muitas ideias em comum. O André é um quadro muito preparado e conhece bem o processo legislativo”, afirmou o petista, ainda de acordo com o site do PDT.

Zarattini também esteve no lançamento da campanha de Jovair, na semana passada.

Atual presidente, Maia, mesmo não tendo assumido oficialmente suas intenções, tem sido apontado como favorito para ser reconduzido ao cargo, embora sua candidatura seja alvo de contestação jurídica, inclusive no Supremo Tribunal Federal (STF).

Críticos da postulação de Maia afirmam que a Constituição impede a reeleição de um presidente da Câmara dentro da mesma Legislatura --período de quatro anos do mandato dos deputados.

Munido de pareceres, o atual presidente da Casa, no entanto, afirma que a Constituição não proíbe expressamente a reeleição no caso de um "mandato tampão", como é o caso do parlamentar fluminense, eleito para concluir o período para o qual havia sido eleito o ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que renunciou ao cargo e posteriormente teve o mandato cassado e foi preso na operação Lava Jato.

(Por Eduardo Simões, em São Paulo)