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Exército da Austrália avalia danos após passagem do ciclone Debbie pelo norte do país

29/03/2017 09h20

Por Tom Westbrook e Benjamin Weir

SYDNEY (Reuters) - O ciclone Debbie provocou danos generalizados, mas moderados, no nordeste da Austrália, relataram autoridades nesta quarta-feira, quando chuvas torrenciais e árvores caídas atrasaram a chegada de soldados e socorristas às áreas mais atingidas.

Nenhuma morte foi relatada mesmo depois de o Debbie devastar regiões turísticas, destruir plantações de cana de açúcar e fechar minas de carvão no Estado tropical de Queensland na qualidade de tempestade de categoria quatro, só um grau abaixo do nível de velocidade de vento mais perigoso.

"Está parecendo promissor, em termos de ser possível reconstruir prontamente com a maior parte da infraestrutura principal intacta", disse o vice-comissário da Polícia Estadual de Queensland, Steve Gollschewski, à televisão Australian Broadcasting Corporation.

"Mas ainda estamos lutando para chegar lá", disse, acrescentando que aviões e barcos estão sendo usados para levar pessoal do Exército e agentes de emergência a locais inacessíveis pelas estradas.

Como o clima ruim ainda persiste e várias instalações de extração de carvão de Bowen Basin continuam fechadas, analistas afirmam que o Debbie pode elevar ainda mais o preço do carvão industrial. Já as agências turísticas, mesmo em regiões que não foram atingidas, relataram cancelamentos.

Os resorts ao longo da mundialmente famosa Grande Barreira de Coral e as áreas costeiras sofreram a maior parte do impacto da tempestade, cujas rajadas de vento ultrapassaram os 260 quilômetros por hora.

Uma família próxima de Airlie Beach, região sobre a qual passou o olho da tempestade, teve uma noite particularmente dramática. A primeira-ministra de Queensland, Annastacia Palaszczuk, contou que a família acolheu uma bebê que nasceu dentro da estação de ambulância de Whitsunday enquanto a tempestade passava.

Fotos de Hamilton Island e Airlie Beach mostraram ruas repletas de árvores quebradas, telhas e móveis, e iates destroçados foram lançados às praias.

"A natureza deu o pior de si ao povo de Queensland", disse o primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull, aos repórteres no Centro de Coordenação de Crises em Canberra.

Faltou eletricidade para mais de 63 mil pessoas, e a Wilmar comunicou que suas usinas de açúcar ainda estão paradas em Proserpine e Sarina.

Centenas de hectares de plantações de cana de açúcar foram arrasados, disse Dan Galligan, diretor-executivo da organização Canegrowers, em um comunicado.

A polícia só relatou dois feridos.