Topo

Macron se encontra com Putin em Versalhes prometendo conversas duras

29/05/2017 11h38

Por Michel Rose e Denis Dyomkin

VERSALHES, França (Reuters) - O presidente da França, Emmanuel Macron, encontrou-se com seu colega russo, Vladimir Putin, perto de Paris nesta segunda-feira prometendo uma conversa franca com o líder do Kremlin depois de uma campanha eleitoral durante a qual sua equipe acusou a mídia da Rússia de tentar interferir na votação.

Macron, que tomou posse duas semanas atrás, disse que o diálogo com a Rússia é vital para se lidar com uma variedade de questões internacionais --mas as relações vêm sendo abaladas pela desconfiança, já que Paris e Moscou apoiam lados opostos na guerra civil da Síria e também discordam a respeito do conflito na Ucrânia.

Recém-chegado de conversas com líderes ocidentais nas cúpulas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em Bruxelas, e do G7, na Sicília, Macron recebeu o presidente russo no suntuoso palácio de Versalhes, do século de 17, nos arredores da capital francesa.

Em meio ao esplendor barroco, Macron irá aproveitar uma exibição sobre o czar russo Pedro, o Grande, no ex-palácio real para tentar um novo início nas relações franco-russas.

O líder francês, de 39 anos, e Putin trocaram um aperto de mão e sorrisos cordiais, mas formais, quando o último saiu de sua limusine e foi recebido em um tapete vermelho, quando Macron pareceu lhe dizer "bem-vindo" em francês.

Em seguida os dois entraram no palácio para iniciar as conversas.

"É indispensável conversar com a Rússia porque existe uma série de temas internacionais que não serão resolvidos sem um diálogo duro com eles", disse Macron aos repórteres ao final da cúpula do G7 no sábado, na qual líderes ocidentais concordaram em estudar novas medidas contra Moscou se a situação não melhorar na Ucrânia.

"Serei exigente em minhas tratativas com a Rússia", acrescentou.

As relações entre as duas nações se tornaram crescentemente tensas durante o governo do ex-presidente François Hollande. Putin, de 64 anos, cancelou sua última visita planejada em outubro depois que Hollande acusou a Rússia de crimes de guerra na Síria e se recusou a estender o tapete vermelho para ele.