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Ministério da Defesa sul-coreano omitiu informação sobre sistema antimísseis de propósito, diz Presidência

31/05/2017 09h28

Por Jack Kim

SEUL (Reuters) - O Ministério da Defesa da Coreia do Sul "omitiu intencionalmente" de um relatório encaminhado aos principais assessores do presidente sul-coreano, Moon Jae-in, que mais quatro lançadores do polêmico sistema antimísseis dos Estados Unidos foram instalados no país, informou o gabinete presidencial nesta quarta-feira.

Moon ordenou uma investigação no ministério, dizendo ser "muito chocante" que os lançadores tenham sido enviados sem serem relatados ao novo governo ou ao público, disse o porta-voz da Casa Azul, Yoon Young-chan, na terça-feira.

O Ministério da Defesa suprimiu de propósito detalhes sobre a bateria antimísseis conhecida como Thaad em um relatório na semana passada, quando a nova gestão se preparava para a reunião de Moon com o presidente dos EUA, Donald Trump, no mês que vem, informou Yoon em uma declaração à imprensa.

"A Casa Azul confirmou que o Ministério da Defesa omitiu intencionalmente a introdução de mais quatro lançadores no relatório", disse Yoon.

Moon tomou posse em 10 de maio sem um período de transição porque uma eleição presidencial antecipada foi realizada dois meses depois de sua antecessora, Park Geun-hye, sofrer um impeachment devido a um escândalo de corrupção. Moon herdou seu Ministério da Defesa e o restante do gabinete.

O sistema Thaad começou a ser instalado em março em Seongju, região do sudeste do país, com somente dois de seu arsenal máximo de seis lançadores em contraposição à ameaça crescente dos mísseis da Coreia do Norte.

Uma versão anterior do relatório do ministério especificava o número total de lançadores sendo preparados para instalação e o nome da base militar norte-americana onde os quatro estavam sendo mantidos, mas a referência foi retirada da versão final entregue à Casa Azul, afirmou Yoon.

O Pentágono disse ter sido "muito transparente" com o governo da Coreia do Sul a respeito da instalação do Thaad.

Durante sua campanha vitoriosa, Moon pediu uma análise parlamentar do sistema antimísseis, cujo envio enfureceu a China, única grande aliada dos norte-coreanos. Moon também solicitou mais engajamento e diálogo com Pequim.

A Coreia do Norte realizou três testes de mísseis balísticos desde que Moon assumiu, mantendo o ritmo acelerado de suas atividades de mísseis e nucleares desde o início do ano em desafio a resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU).

(Reportagem adicional de Phil Stewart em Washington, Ben Blanchard em Pequim e Kiyoshi Takenaka em Tóquio)