Topo

Juiz dos EUA suspende deportação de mais de 1.400 cidadãos iraquianos

25/07/2017 08h00

Por Steve Friess

DETROIT (Reuters) - Um juiz federal do Estado norte-americano de Michigan suspendeu a deportação de mais de 1.400 cidadãos iraquianos dos Estados Unidos, em uma vitória na Justiça para iraquianos ameaçados de expulsão em um caso acompanhado com atenção.

O juiz Mark Goldsmith concedeu na segunda-feira um mandado de segurança liminar solicitado por advogados da União Americana de Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês), que argumentou que os imigrantes sofreriam perseguição no Iraque por serem considerados minorias étnicas e religiosas em seu país.

Goldsmith disse que o mandado de segurança dá tempo para que os detidos contestem sua remoção em tribunais federais, e que muitos deles tiveram que lidar com "uma busca febril por assistência legal" depois que suas ordens de deportação foram reativadas subitamente pelo governo dos EUA depois de vários anos.

Goldsmith escreveu, em seu despacho de 34 páginas, que o tempo adicional garante "que aqueles que podem ser sujeitos a dano grave e possível morte não sejam expulsos deste país antes de poderem comparecer a um tribunal".

Na prática, a decisão significa que nenhum cidadão iraquiano pode ser deportado dos EUA durante vários meses.

Não ficou claro de imediato se o governo norte-americano irá recorrer. Um representante do Departamento de Justiça dos EUA em Detroit não estava disponível de imediato para comentar.

Existem 1.444 cidadãos iraquianos com ordens de deportação definitivas contra si nos EUA, embora só cerca de 199 deles tenham sido detidos em junho como parte de uma operação nacional das autoridades de imigração.

Em 15 de junho a ACLU entrou com a ação para frear as deportações, sustentando que os iraquianos poderiam enfrentar perseguição, tortura ou morte por muitos deles serem católicos caldeus, muçulmanos sunitas ou curdos iraquianos e que os grupos foram reconhecidos como alvos de maus tratos no Iraque.

A detenção de iraquianos na área de Detroit ocorreu depois que o Iraque concordou em aceitar deportados como parte de um acordo que retirou o país de um decreto revisado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, proibindo a entrada de pessoas de seis países de maioria muçulmana.

Alguns dos afetados foram aos EUA ainda crianças e cometeram seus crimes décadas atrás, mas tiveram permissão de ficar por o Iraque lhes ter negado documentos de viagem anteriormente.