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Disputa sobre reforma da saúde volta ao plenário do Senado dos EUA

26/07/2017 10h11

Por Richard Cowan

WASHINGTON (Reuters) - Após uma batalha de meses, os parlamentares republicanos dos Estados Unidos conseguiram levar o projeto de lei para reformar o sistema de saúde, uma de suas principais promessas de campanha em 2016, a um debate no plenário do Senado. Agora começa a parte difícil.

Os republicanos, profundamente divididos sobre o papel apropriado do governo quanto a ajudar as pessoas de baixa renda a terem acesso a planos de saúde, obtiveram uma vitória na terça-feira, quando o Senado concordou em iniciar o debate sobre a legislação em uma votação com 51 votos a favor e 50 contra, na qual o vice-presidente da República, Mike Pence, deu o voto de Minerva como presidente do Senado.

O resultado causou grande alívio no presidente Donald Trump, que chamou a legislação atual, conhecida como Obamacare, de "desastre" e pressionou seus colegas republicanos nos últimos dias para que persistissem no empenho de sete anos do partido para revogar a lei proposta pelo ex-presidente Barack Obama.

Mas horas depois a liderança republicana no Senado sofreu um revés quando o plano de revogação e substituição no qual vinha trabalhando desde maio não conquistou votos suficientes para ser aprovado, já que nove dos 52 republicanos votaram contra.

Normalmente, quando os projetos de lei chegam ao plenário os senadores já receberam sumários da legislação a ser debatida que foram redigidos em um processo de comitê aberto, os líderes já contaram o número de apoiadores e opositores, emendas são debatidas e todos sabem o resultado previsível: a aprovação.

Agora tudo isso foi por água abaixo, já que nesta quarta-feira o Senado continua um debate, que pode se estender ao longo da semana, sobre o desmonte de grandes porções do Obamacare, que ampliou a cobertura de saúde para cerca de 20 milhões de pessoas, muitas delas de baixa renda.

Líderes republicanos vêm insistindo que podem apresentar ainda nesta semana uma abordagem mais barata e com menos intrusão governamental nas decisões dos consumidores sobre os planos de saúde do que o Obamacare.

Os democratas e outros críticos do esforço republicano disseram que ela privaria milhões de norte-americanos de uma cobertura de saúde.

"Tentamos fazê-lo apresentando uma proposta a portas fechadas em consulta com o governo, depois a revelando a membros céticos, tentando convencê-los de que é melhor do que nada, pedindo uns aos outros para engolir nossas dúvidas e fazê-la passar mesmo diante de uma oposição unida", disse o senador republicano John McCain na terça-feira.

McCain apelou para que o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, reinicie o processo fazendo um comitê senatorial criar uma nova legislação de saúde de forma bipartidária – proposta ignorada de imediato.

(Reportagem adicional de Susan Cornwell)