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Pais de Charlie Gard buscam mais tempo com bebê em estado terminal

26/07/2017 15h59

LONDRES (Reuters) - Um juiz britânico determinou que os pais de Charlie Gard têm até o meio-dia de quinta-feira para entrarem em acordo com o hospital onde ele é tratado a respeito dos arranjos de sua morte, caso contrário ele será transferido para uma residência hospitalar para doentes terminais onde seu tubo de ventilação será removido.

O bebê de 11 meses, que sofre de uma condição genética extremamente rara que causa dano cerebral progressivo e fraqueza muscular, está no centro de uma amarga disputa entre seus pais e o Hospital Great Ormond Street em Londres.

Depois de tomarem a decisão de deixar Charlie morrer, seus pais vêm fazendo tentativas desesperadas para obter um acerto por meio do qual seria possível passar vários dias com ele longe do hospital.

O que está em questão na parte final e dramática da disputa legal é quanto tempo Connie Yates e Chris Gard terão com o filho. Os dois passaram vários dias tentando conseguir uma permissão para levá-lo para casa, mas à medida que a audiência desta quarta-feira progredia ficou claro que isso não acontecerá.

Um advogado guardião indicado pelo tribunal para Charlie disse à corte que nenhuma residência hospitalar pode oferecer cuidados para uma criança intensamente entubada durante muito tempo.

Seus pais vêm se esforçando para encontrar um médico disposto a supervisionar um plano que permitiria a Charlie ser entubado em uma residência hospitalar durante vários dias. O juiz lhes concedeu uma última chance de fazer tal arranjo até o meio-dia de quinta-feira.

"A menos que, até as 12h de amanhã, os pais e o guardião e o hospital consigam combinar um arranjo alternativo, Charlie será transferido a uma residência hospitalar e desentubado pouco depois", disse Nicholas Francis, o juiz a cargo do caso.

Em certo momento Connie gritou no tribunal, aparentemente com o guardião de Charlie: "E se fosse seu filho? Espero que você esteja contente consigo mesmo". Depois disso ela saiu da corte em prantos.

(Por Michael Holden)