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Santander Brasil prevê elevar participação em cartões, consignado e PMEs

31/07/2017 14h53

Por Aluisio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - O Santander Brasil vai se concentrar nos segmentos de cartões, consignado, agronegócio e empresas de pequeno porte, como parte dos esforços para reduzir a diferença de rentabilidade em relação aos rivais, disse o presidente-executivo, Sergio Rial.

"Nosso foco é ampliar cotas de mercado nas nossas áreas prioritárias", disse Rial nesta segunda-feira a jornalistas sobre os resultados do segundo trimestre.

O banco anunciou na sexta-feira que seu lucro societário de abril a junho saltou 40 por cento contra um ano antes, apoiado numa combinação de menores despesas com provisões para perdas e maiores receitas com tarifas. Isso levou a rentabilidade do banco a 15,8 por cento, o pico desde o IPO, em 2009.

Ainda assim, a franquia do espanhol Santander no país tem rentabilidade inferior à de rivais como Bradesco e Itaú Unibanco, ao redor de 20 por cento.

Segundo Rial, essa diferença pode continuar diminuindo nos próximos trimestres, refletindo tanto os esforços do próprio Santander Brasil como uma eventual queda do índice dos rivais, dado o ciclo de queda da Selic, que tende a pressionar as margens do sistema financeiro.

"Não sabemos o que vai acontecer com a rentabilidade do sistema num ambiente de queda de juros para um dígito", disse.

De acordo com o executivo, o banco tem mostrado expertise nos segmentos listados acima e vê grande chance de ampliar sua atuação neles, que rendem boa combinação de margem e risco.

Para pequenas e médias empresas, o alvo do Santander Brasil é elevar para mais de um milhão o número de clientes até o fim de 2017, ante 850 mil atualmente.

No segmento de cartões de crédito, no qual atingiu participação de 14,2 por cento em março, a meta é fechar o ano acima dos 15 por cento, avançando para faixa dos 20 por cento nos próximos anos. Na GetNet, de adquirência, o objetivo é ir dos atuais 11,4 por cento para 15 por cento nos próximos anos, disse.

IMPOSTOS

Segundo Rial, com o fim do período de amortização do ágio referente à compra do Banco Real, previsto para outubro, a taxa efetiva de impostos paga pelo Santander Brasil deve flutuar de 25 a 30 por cento do lucro, mas isso não deve ter impacto relevante no nível de rentabilidade da instituição financeira.