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Espanha conduziu "golpe" contra Catalunha, diz presidente do parlamento catalão

Carme criticou a decisão do primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy - Rafael Marchante/Reuters
Carme criticou a decisão do primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy Imagem: Rafael Marchante/Reuters

21/10/2017 16h10

A decisão do primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, de destituir o governo da Catalunha e forçar nova eleição é um "golpe" e um "ataque contra a democracia", afirmou a presidente da Assembleia catalã, Carme Forcadell, neste sábado.

"O primeiro-ministro Rajoy quer que o parlamento da Catalunha pare de ser um parlamento democrático e não permitiremos que isso aconteça", disse Carme em discurso televisionado.

"É por isso que queremos enviar aos cidadãos deste país uma mensagem de firmeza e esperança. Nos comprometemos hoje, após o ataque mais grave contra as instituições catalãs desde que foram restauradas, com a defesa da soberania do parlamento da Catalunha", acrescentou ela.

A medida, inédita na história da democracia espanhola, foi anunciada por Rajoy neste sábado (21). Segundo ele, o governo espanhol irá assumir o controle do governo da Catalunha e destituir seu presidente regional, Carles Puigdemont, e todos os seus conselheiros. O comandante do governo espanhol também informou que pretende convocar eleições para a Catalunha em um prazo de 6 meses.

A medida ocorre após a Catalunha ter realizado um polêmico plebiscito, no começo do mês, em que foi aprovada a independência da região. Para levar seu plano adiante, o governo espanhol informou que lançará mão do artigo 155 da Constituição.

O artigo estabelece que, se uma autoridade autônoma não atende aos requerimentos para voltar à legalidade, o governo pode aprovar um decreto com medidas concretas para assumir as responsabilidades regionais. A autonomia da Catalunha, que poderia ser retirada segundo o artigo, foi mantida.

Esse decreto, porém, precisa ser aprovado por maioria absoluta no Senado do país para ser aplicado efetivamente. A expectativa é que o decreto seja votado no dia 27 de outubro pelo Senado.