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Exército sírio e aliados aumentam ataques a último bastião militante em Deir al-Zor

29/10/2017 16h16

AMÃ (Reuters) - O Exército sírio, com suporte de jatos russos e milícias apoiadas pelo Irã, aumentou os bombardeios neste domingo em áreas da cidade síria de Deir al-Zor, ainda dominadas pelo Estado Islâmico.

Antigos moradores e o Observatório Sírio para os Direitos Humanos afirmaram que ataques aéreos pesados aconteceram na maior cidade do leste da Síria, enquanto tropas iam em direção à área Hay al Umal, que tem vista para alguns dos bairros ainda mantidos por militantes, onde estima-se que 1.500 civis estejam encurralados.

O Exército sírio apertou gradualmente o cerco em torno dos militantes após abrir uma rota por terra para a cidade em setembro, com a ajuda de ataques aéreos russos e milícias apoiadas pelo Irã, quebrando um cerco que durou quase três anos.

"A situação é catastrófica, existem famílias sob os escombros e outras que fugiram não têm abrigo", disse Sheikh Awad al Hajr, um líder tribal, referindo-se à difícil condição daqueles que ficaram na cidade.

Combates e ataques aéreos sem trégua na província Deir al-Zor, último reduto do Estado Islâmico, levaram dezenas de milhares de civis a fugir, segundo ex-moradores e trabalhadores humanitários.

Parentes de alguns civis e figuras da oposição síria acusam o Exército russo de bombardear barcos e botes levando famílias que fugiam das margens ocidentais do Eufrates. Moscou nega ter alvejado civis em suas operações militares na Síria e diz ter atingido apenas esconderijos e instalações dos militantes.

A Rússia jogou seu peso militar por trás da campanha do exército sírio para recuperar a província estratégica rica em petróleo, que se tornou o foco da guerra civil de mais de seis anos na Síria. Eles estão correndo com forças apoiadas pelos Estados Unidos para conquistar o território do Estado Islâmico.

Enquanto o Exército sírio parece ter mais ganhos na cidade de Deir al-Zor, os militantes fizeram uma ofensiva surpresa nas últimas 24 horas que fez recuarem as milícias pró-governo apoiadas pelo Irã de Albu Kamal, último posto fronteiriço da fronteira entre Síria e Iraque ainda em mãos dos militantes.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos e ex-moradores afirmaram que os jihadistas recuperaram as cidades estratégicas de Qwaira e Makhan no sábado em diversas emboscadas fatais.

O último ataque jihadista empurrou o exército de volta à cidade de Mayadeen, mais ao norte do rio Eufrates, que os militantes perderam no início deste mês.

"O Estado Islâmico foi capaz de empurrar para trás o regime e suas milícias apoiadas pelo Irã para o centro da cidade de Mayadeen", disse Amer Huweidi, ativista da cidade em contato com os moradores locais.

Mayadeen é uma cidade estratégica que tem sido a base para os militantes após eles terem sido conduzidos para fora de sua capital síria de fato, a cidade de Raqqa.

A coalizão liderada pelos EUA contra o Estado Islâmico está apostando em uma campanha separada contra o grupo em Deir al-Zor, focada em áreas a leste do rio Eufrates, que divide a província.

A coalizão garantiu neste mês a retomada do campo Omar, maior campo petrolífero da Síria. 

(Reportagem de Suleiman Al-Khalidi)

((Tradução Redação São Paulo, 55 11 5644 7519)) REUTERS PM LCC