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Governo do Paquistão convoca exército após conflito entre polícia e manifestantes islâmicos

25/11/2017 17h02

Por Asif Shahzad e Kay Johnson

ISLAMABAD (Reuters) - O governo do Paquistão convocou o exército neste sábado para ajudar a liberar um protesto de islamitas linha-dura que estão bloqueando a capital, após a polícia ter entrado em conflito com ativistas e os protestos religiosos terem se espalhado para outras cidades.

Mais de 100 pessoas ficaram feridas nos confrontos de sábado, incluindo 65 membros das forças de segurança, de acordo com informações de hospitais. Os manifestantes disseram que quatro de seus ativistas foram mortos, mas a polícia disse que não houve mortes.

Imagens da televisão mostraram uma viatura policial em chamas, cortinas de fumaça espessas e incêndios nas ruas, enquanto policiais avançavam com forte equipamento contra tumultos. Manifestantes, alguns usando máscaras de gás, revidaram em lutas dispersas em estradas vazias e bairros vizinhos.

Ao anoitecer, os protestos se espalharam para outras cidades principais com ativistas brandindo pedaços de madeira e atacando carros em algumas áreas. Novos manifestantes juntaram-se ao acampamento em Faizabad, perto de Islamabad, em uma impasse com a polícia.

As estações de TV privadas receberam ordens para ficarem fora do ar, com apenas a televisão estatal transmitindo. Facebook, Twitter e YouTube também foram bloqueados em muitas áreas.

Cerca de mil ativistas do Tehreek-e-Labaik, um novo partido político islâmico linha-dura, bloquearam a principal estrada de acesso à capital por duas semanas, acusando o ministro da Justiça de blasfêmia contra o Islã e exigindo sua demissão e prisão.

"Somos milhares. Não iremos sair. Vamos lutar até o fim", disse o porta-voz do partido Tehreek-e-Labaik, Ejaz Ashrafi, à Reuters por telefone, falando no local.

O Tehreek-e-Labaik é um dos dois novos movimentos políticos ultrarreligiosos que surgiram nos últimos meses e parecem desempenhar um papel importante nas eleições que devem ser realizadas no verão do ano que vem, embora seja improvável que ganhem a maioria.

(Reportagem adicional por Jibran Ahmad e Drazen Jorgic)