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Operação do governo da Síria em enclave rebelde perto de Damasco deixa ao menos 23 mortos

Bebê ferido chora no colo de homem após bombardeio perto de Damasco na Síria - Reuters
Bebê ferido chora no colo de homem após bombardeio perto de Damasco na Síria Imagem: Reuters

26/11/2017 11h50

BEIRUTE (Reuters) - Uma operação do governo sírio e forças aliadas para tomar o último grande reduto rebelde próximo à capital Damasco deixou ao menos 23 pessoas mortas neste domingo e várias feridas, informou o Observatório Sírio para Direitos Humanos.

O grupo de monitoramento informou que ao menos 127pessoas, incluindo 30 crianças, foram mortas por ataques aéreos e troca de tiros desde que o Exército sírio, apoiado por caças russos, começou uma ofensiva há cerca de duas semanas para tomar a área sitiada de Ghouta Oriental, tomada por rebeldes.

Ghouta Oriental é uma das diversas zonas de “desescalada” espalhadas pelo oeste de Síria, onde a Rússia mediou acordos para amenizar confrontos entre rebeldes e o governo do presidente Bashar al-Assad.

Uma testemunha da Reuters disse que havia drones no céu desde a manhã deste domingo e que aviões de guerra haviam bombardeado fortemente as cidades de Mesraba e Harasta. Intensa troca de tiros também ocorreu em Ghouta Oriental e dezenas de pessoas foram feridas.

As forças de Assad têm sitiado Ghouta Oriental desde 2012 e a área passa por uma crise humanitária.

Moradores de Ghouta sofrem com a escassez de alimentos e estão comendo lixo, desmaiando de fome e forçando crianças a comerem em dias alternados, informou o Programa Alimentar Mundial da Organização das Nações Unidas (ONU) em relatório nesta semana.

A oposição do conselho local da região rural de Damasco e Ghouta Oriental informou nesta semana que o aumento de bombardeios está forçando pessoas a buscarem abrigo em locais impróprios e insalubres, o que o conselho teme poder levar a surtos de doenças.

Diversos tiros disparados do enclave rebelde atingiram Damasco nas últimas duas semanas.

A guerra civil de seis anos na Síria deixou centenas de milhares de pessoas mortas e forçou milhões a fugirem, na pior crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial.

           (Reportagem de Lisa Barrington)