Juiz argentino pede prisão de ex-presidente Cristina Kirchner
BUENOS AIRES (Reuters) - Um juiz federal argentino indiciou e pediu a prisão da ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner nesta quinta-feira, por tentar ocultar o possível papel do Irã na explosão de um centro comunitário judaico, que deixou 85 mortos em 1994, segundo despacho judicial.
Como Cristina é senadora, o Congresso precisa aprovar a remoção de sua imunidade parlamentar antes que ela possa ser detida. O juiz federal Claudio Bonadio também indiciou e pediu que o ex-ministro de Relações Exteriores de Cristina Hector Timerman cumpra prisão domiciliar.
Cristina Kirchner convocou uma entrevista coletiva no Congresso para negar a irregularidade e acusar Bonadio e o presidente Mauricio Macri de degradar o poder judiciário.
"É um caso inventado sobre fatos que não existiram", disse ela, vestida de branco.
O advogado de Timerman não pôde ser imediatamente contatado para comentar.
Embora a remoção da imunidade de autoridades do Congresso seja rara na Argentina, o Congresso o fez no dia 25 de outubro para o ex-ministro de Planejamento de Cristina Julio De Vido e ele foi preso no mesmo dia. De Vido é acusado de fraude e corrupção, o que ele nega.
Mais cedo nesta quinta-feira, outros dois aliados de Cristina foram presos com base na mesma decisão de Bonadio: Carlos Zannini, um assessor jurídico, e Luis D'Elia, o líder de um grupo de manifestantes aliado a seu governo.
Há um ano, um tribunal de recursos ordenou a reabertura de uma investigação sobre a possibilidade de uma ocultação relacionada à explosão. Em janeiro de 2015, o promotor que fez a acusação inicial, Alberto Nisman, foi encontrado morto no banheiro de seu apartamento em Buenos Aires.
A morte foi classificada como um suicídio, embora uma autoridade investigando o caso tenha dito que o incidente parecia ser homicídio. O corpo de Nisman foi descoberto algumas horas antes de quando ele deveria passar informações para o Congresso sobre a explosão do centro.
Nisman havia dito que Cristina trabalhou nos bastidores para livrar o Irã e normalizar as relações bilaterais para fechar um acordo de grãos por petróleo com Teerã.
Bonadio escreveu que evidências do caso demonstraram que o Irã, com a ajuda de cidadãos argentinos, pareceu atingir seu objetivo de evitar ser declarado como um Estado "terrorista" pela Argentina.
(Reportagem de Jorge Otaola, Eliana Raszewski e Caroline Stauffer)
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