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União Europeia diz a Netanyahu que não apoiará reconhecimento de Jerusalém como capital

Amir Cohen via AP
Imagem: Amir Cohen via AP

Robin Emmott

Em Bruxelas

11/12/2017 09h18

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu, nesta segunda-feira, que a União Europeia siga o exemplo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e reconheça Jerusalém como capital de Israel, mas ministros do bloco condenaram a decisão de Trump.

Netanyahu, durante visita a Bruxelas para uma reunião de ministros de Relações Exteriores da UE, disse que a decisão de Trump tornou a paz no Oriente Médio possível "porque o reconhecimento da realidade é a substância da paz, a fundação da paz".

Entretanto, até os aliados europeus mais próximos de Israel, como a República Tcheca, advertiram que a decisão de Trump prejudica os esforços de paz, enquanto a França insistiu que o status de Jerusalém só pode ser definido em um acordo final entre israelenses e palestinos.

Perguntado por repórteres sobre a decisão de Trump de transferir a embaixada dos EUA para Jerusalém, o ministro de Relações Exteriores tcheco, Lubomir Zaoralek, disse: "Temo que não possa nos ajudar".

Netanyahu, que tem se demonstrado irritado com a busca da UE por laços comerciais mais próximos com o Irã, disse que a decisão de Trump, condenada pelos palestinos e pela Europa, deveria ser repetida por eles.

Na semana passada, o Ministério de Relações Exteriores da República Tcheca disse que começaria a considerar a transferência da embaixada tcheca de Tel Aviv para Jerusalém, o que muitos em Israel viram como um apoio ao passo de Trump.

Em seguida, entretanto, Praga disse que aceitava a soberania de Israel somente sobre Jerusalém Ocidental.

Ministros de Relações Exteriores da União Europeia reiteraram o posicionamento do bloco de que as terras que Israel tem ocupado desde uma guerra em 1967 --incluindo a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e as Colinas de Golã-- não fazem parte das fronteiras internacionalmente reconhecidas do país.

(Reportagem adicional de Alastair Macdonald e Philip Blenkinsop)

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AFP