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Sanções mais duras contra a Coreia do Norte podem surtir efeito, dizem analistas antes de votação na ONU

22/12/2017 08h36

Por Hyonhee Shin e Heekyong Yang

SEUL (Reuters) - As novas sanções propostas contra a Coreia do Norte podem ter um efeito significativo na economia já combalida do país isolado, disseram analistas antes de uma votação que deve ocorrer no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira e que dependerá do apoio de China e Rússia.

As tensões vêm se elevando devido aos programas nuclear e de mísseis da Coreia do Norte, que o país desenvolve desafiando diversas resoluções do Conselho de Segurança adotadas ao longo de anos e em meio a uma troca de farpas com a Casa Branca.

Mas diplomatas dos Estados Unidos deixaram claro que estão buscando uma solução diplomática e propuseram uma série de novas sanções mais duras concebidas para aumentar a pressão sobre o líder norte-coreano, Kim Jong Un.

A Coreia do Norte ameaça destruir a Coreia do Sul, os EUA e o Japão com frequência, e diz que seus programas de armas são necessários para se contrapor à agressão norte-americana. Os EUA têm 28.500 soldados na Coreia do Sul, um legado da Guerra da Coreia de 1950-53.

Nesta sexta-feira um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores norte-coreano classificou a estratégia de segurança nacional recém-divulgada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, como a política norte-americana mais recente a tentar "sufocar nosso país e transformar a Península Coreana inteira" em um posto avançado da hegemonia de Washington.

Ele disse que Trump busca a "subordinação total de todo o mundo".

O esboço de resolução da ONU, visto pela Reuters na quinta-feira, pede a proibição de quase 90 por cento das exportações de derivados de petróleo refinado para Coreia do Norte, estabelecendo um teto de 500 mil barris por ano, e exige a repatriação de norte-coreanos que trabalham no exterior dentro de 12 meses.         

A medida também visa um teto de 4 milhões de barris por ano para os suprimentos de petróleo bruto para o regime e a proibição de várias exportações norte-coreanas, como maquinário, madeira e outros produtos e recursos.

"Se elas fossem adotadas, a proibição do petróleo seria devastadora para a indústria de transporte de bens da Coreia do Norte, para os norte-coreanos que usam geradores em casa ou para atividades produtivas e para (estatais) que fazem o mesmo", disse Peter Ward, colunista do NK News, um site que monitora a Coreia do Norte.

Indagado sobre os efeitos das sanções antes do anúncio das propostas mais recentes, Michael Kirby, que liderou um inquérito da ONU sobre abusos de direitos humanos na Coreia do Norte, disse que cortar as importações de combustível seria "um passo muito sério".