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Polícia de Mianmar diz que libertará jornalistas turcos que usaram drone ilegalmente

26/12/2017 11h43

Por Shoon Naing

(Reuters) - A polícia de Mianmar disse nesta segunda-feira que retirará acusações pendentes contra dois jornalistas que trabalham para a emissora estatal da Turquia, seu intérprete e seu motorista, que foram presos em novembro por violarem uma lei de tráfego aéreo filmando com um drone.

O cinegrafista Lau Hon Meng, de Cingapura, o repórter Mok Choy Lin, da Malásia, Aung Naing Soe – jornalista local que atuava como intérprete para a dupla – e o motorista Hla Tin foram detidos pela polícia em 27 de outubro perto do edifício do Parlamento de Mianmar, na capital Naypyitaw.

Cada um deles está cumprindo uma pena de dois meses de prisão de acordo com uma lei de tráfego aéreo dos tempos coloniais, mas os quatro ainda podem ser acusados por terem importado a aeronave de controle remoto. Os dois estrangeiros também foram acusados de um delito de imigração.

O tenente de polícia Tun Tun Win e uma autoridade de imigração, que são os demandantes, compareceram a um tribunal de Naypyitaw nesta segunda-feira, terça-feira pelo horário local, e pediram que a corte descarte as acusações.

Tun Tun Win disse à Reuters que autoridades policiais de escalão superior ordenaram que o caso seja abandonado porque os quatro não tiveram intenção de colocar a segurança nacional em risco com o drone.

Além disso, disse, a decisão teve como intenção "promover o relacionamento entre países", referindo-se às nações dos dois jornalistas, Cingapura e Malásia.

O promotor encarregado do caso deve pedir ao tribunal que as acusações sejam retiradas em outra audiência marcada para a quinta-feira, informou o advogado de defesa, Khin Maung Zaw, à Reuters.

"As altas autoridades já deram instruções para se encerrar com boas intenções, mas o procedimento só pode ser realizado nesse dia (quinta-feira)", disse.

Os quatro devem finalizar suas penas em 9 de janeiro, mas podem ser soltos mais cedo por bom comportamento, acrescentou.

O caso despertou preocupações a respeito da liberdade de imprensa em Mianmar, onde um governo civil liderado por Aung San Suu Kyi, Prêmio Nobel da Paz, assumiu o poder no ano passado, mas os militares continuam controlando a segurança, inclusive a polícia.

Dois jornalistas da Reuters foram presos em 12 de dezembro depois de irem se encontrar com policiais nos arredores de Yangon, a maior cidade do país, para um jantar.