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Oposição russa vai às ruas e pede boicote a eleições

28/01/2018 14h32

Por Andrew Osborn e Denis Pinchuk

MOSCOU (Reuters) - Centenas de apoiadores do líder de oposição russo Alexei Navalny começaram um dia nacional de protestos contra as autoridades neste domingo, pedindo que os eleitores boicotem o que dizem ser uma eleição presidencial fraudulenta agendada para 18 de março.

Sob um claro céu azul, centenas de jovens se reuniram na principal praça do porto de Vladivostok, no extremo oriente russo. Porta-vozes disseram que a eleição - em que as pesquisas mostram o atual mandatário Vladimir Putin vencendo facilmente – é uma farsa .

"Eu participarei das eleições quando houver uma escolha", dizia um cartaz em Vladivostok, uma referência ao fato de que Navalny foi proibido de concorrer devido ao que ele diz ser uma sentença de prisão forjada, atualmente suspensa. "Putin está engolindo o futuro da Rússia", dizia outro cartaz.

Outros protestos aconteceram em Novosibirsk, Kurgan, Omsk, Magadan, Kemerovo e Yakutsk. Apoiadores de Navalny disseram que esperam que milhares de pessoas participem em protestos semelhantes em 118 cidades.

"Sua própria vida está em jogo", disse Navalny, que organizou os protestos pelo boicote, em um vídeo antes das manifestações. "Quantos anos a mais você quer viver com estes ladrões, fanfarrões, detestáveis?".

Depois, ao aparecer em um protesto neste domingo, Navalny foi detido por autoridades e colocado dentro de uma viatura policial.

O site de Navalny na internet disse que ele foi levado a um distrito policial na região central de Moscou. A polícia disse em um comunicado que ele será culpado de violar leis ao participar dos protestos. A pena máxima que ele poderá enfrentar pela infração é de 30 dias de prisão.

Às 17 horas do horário de Moscou, a polícia havia detido 243 participantes do protesto por todo o país, segundo a OVD-Info, um grupo de monitoramento independente.

A polícia alertou antecipadamente que iria reprimir fortemente qualquer atividade de manifestação ilegal e as autoridades se recusaram a permitir os eventos em Moscou e São Petersburgo, as duas maiores cidades do país, aumentando a possibilidade de violência.

(Reportagem adicional por um repórter da Reuters em Vladivostok)