Líderes do Senado dos EUA chegam a acordo de US$300 bi sobre gastos
Por Richard Cowan e Amanda Becker
WASHINGTON (Reuters) - O Senado dos Estados Unidos, em uma rara exibição de bipartidarismo, chegou nesta quarta-feira a um acordo orçamentário de dois anos para aumentar gastos federais em quase 300 bilhões de dólares, numa tentativa de acabar com disputas por questões fiscais que têm atingido Washington há anos.
O acordo, anunciado pelo líder republicano e pelo líder democrata no Senado, irá aumentar teto dos gastos de Defesa e de alguns gastos internos do governo. Juntamente aos cortes fiscais do presidente Donald Trump aprovados pelo Congresso em dezembro, a nova rodada de gastos irá aumentar ainda mais o crescente déficit federal.
“Este projeto de lei é produto de extensas negociações entre líderes congressionais e a Casa Branca”, disse o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, um republicano, no plenário do Senado. “Nós trabalhamos duro para encontrar senso comum e permanecemos focados em servir ao povo americano”.
O plano precisa ser aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado, ambos controlados pelos colegas republicanos de Trump, antes de seguir para a sanção do presidente.
Mas democratas da Câmara dos Deputados alertaram que não irão apoiar o acordo, a não ser que o presidente da Câmara, o republicano Paul Ryan, prometa avançar em legislação separada sobre política imigratória.
Chuck Schumer, líder democrata no Senado, disse que o acordo deve romper o ciclo de disputas partidárias sobre gastos.
“Após meses de diplomacias fiscais arriscadas, este acordo orçamentário é o primeiro fruto real de bipartidarismo. E isto deve quebrar o longo ciclo de crises em gastos que envolveu o Congresso e obstruiu nossa classe média”, disse Schumer.
Os gastos mais altos em Defesa devem permitir que Trump cumpra uma promessa de campanha sobre aumento das Forças Armadas dos EUA.
A Casa Branca informou que o acordo também inclui uma extensão, até março de 2019, do teto de dívidas do governo. O Departamento do Tesouro tem alertado que sem uma extensão do Congresso na autoridade de gastos, o governo ficará sem opções de empréstimos na primeira metade de março.
O acordo também fornece fundos para alívio de desastres, infraestrutura e programas endereçados a abuso de opióides, disseram os líderes do Senado.
AUMENTO DO DÉFICT
O diretor de questões legislativas da Casa Branca, Marc Short, disse que o acordo irá aumentar gastos em “pouco menos” de 300 bilhões de dólares. Um assessor parlamentar sênior disse que isto não será compensado por quaisquer cortes de gastos ou novas receitas fiscais, significando um aumento no déficit federal.
Uma fonte congressional familiar ao acordo disse que o plano irá aumentar gastos de não-Defesa em 131 bilhões de dólares e incluir 20 bilhões de dólares para gastos em infraestrutura. O plano também irá estender financiamento para o Programa de Seguro de Saúde de Crianças por 10 anos, ao invés dos seis anos atuais, acrescentou a fonte.
Além do acordo de dois anos, parlamentares também tentavam chegar a um acordo até quinta-feira para evitar uma paralisação e financiar o governo até 23 de março.
Caso isto falhe, o governo dos EUA irá sofrer sua segunda paralisação neste ano, após um impasse partidário sobre política imigratória nos EUA levar a uma paralisação parcial de três dias no mês passado.
A imigração novamente surgiu como um possível ponto de contenção, colocando o acordo orçamentário em risco. A líder democrata na Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, disse que irá se opor ao acordo a não ser que Ryan prometa avançar numa legislação para proteger centenas de milhares de jovens adultos imigrantes, conhecidos como “Dreamers”, que foram levados ilegalmente aos EUA quando crianças. Republicanos buscam manter gastos e imigração separados.
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