Oposição da Venezuela diz que irá boicotar eleição presidencial "ilegítima"
CARACAS (Reuters) - A coalizão da oposição da Venezuela informou nesta quarta-feira que não irá participar de uma eleição presidencial “fraudulenta, ilegítima” em 22 de abril por conta de condições injustas criadas pelo governo do presidente Nicolás Maduro.
O anúncio amplamente esperado do movimento Unidade Democrática deixa Maduro, de 55 anos, no caminho da reeleição, mas provavelmente irá fortalecer a já grande condenação internacional por deficiências democráticas no país membro da Opep.
Os dois rivais mais fortes de Maduro foram impedidos de concorrer contra ele: Leopoldo López está sob prisão domiciliar e Henrique Capriles está impedido de exercer cargo por conta de acusações de má administração quando era governador.
Além disto, o conselho eleitoral nacional, pró-governo, já baniu a coalizão Unidade Democrática, além de alguns de seus principais partidos, de concorrerem sob seus nomes partidários.
“O evento prematuro anunciado para o próximo 22 de abril sem condições apropriadas é uma demonstração do governo para dar uma impressão de legitimidade que não possui no meio da agonia e sofrimento de venezuelanos”, informou a coalizão em comunicado, se referindo à crise econômica do país.
“Em nome da imensa maioria dos venezuelanos, nós desafiamos o governo Maduro a se medir a si mesmo contra o povo em eleições reais” mais adiante em 2018, acrescentou.
A decisão da Unidade Democrática deixa apenas um adversário a Maduro confirmado até o momento: um pastor evangélico pouco conhecido chamado Javier Bertucci.
Outro possível candidato, no entanto, é o líder da oposição Henri Falcon, um ex-governador que se separou dos socialistas em 2010. Ele expressou seu desejo de concorrer contra Maduro e pode romper a decisão da coalizão de boicotar a eleição.
A candidatura de Falcon provavelmente irá enfurecer adversários de Maduro, com muitos deles vendo Falcon como um cavalo de Tróia buscando ajudar Maduro a legitimar uma eleição fraudada.
Maduro enfrentou pedidos na América Latina e internacionalmente para melhorar as condições para as eleições, com os Estados Unidos avaliando sanções sobre o petróleo venezuelano para pressioná-lo.
O governo da Venezuela diz ser vítima de um esquema da direita liderada pelos Estados Unidos para derrubar o socialismo e tomar controle das riquezas petrolíferas do país.
(Reportagem de Corina Pons e Andrew Cawthorne)
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