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Sri Lanka bloqueia redes sociais em meio a ataques contra mesquitas

Usuário mostra janela do Facebook bloqueada na tela de seu smartphone, em Colombo, Sri Lanka - Eranga Jayawardena/ AP
Usuário mostra janela do Facebook bloqueada na tela de seu smartphone, em Colombo, Sri Lanka Imagem: Eranga Jayawardena/ AP

Shihar Aneez e Ranga Sirilal

Em Colombo

07/03/2018 12h38

O Sri Lanka desligou as redes de mensagens sociais, incluindo o Facebook, na quarta-feira (7) para controlar a violência dirigida à minoria muçulmana do país, disseram autoridades, mesmo depois da declaração de emergência na ilha de maioria budista.

A tensão aumentou entre as duas comunidades no Sri Lanka no ano passado, com alguns grupos budistas de linha dura acusando os muçulmanos de forçar as pessoas a se converterem ao Islã e a vandalizar os sítios arqueológicos budistas.

A polícia decretou um toque de recolher indefinido no distrito de Kandy, onde a violência se concentrou desde domingo, após a morte de um jovem budista em uma briga com um grupo de muçulmanos.

Monges budistas atacaram mesquitas e negócios pertencentes a muçulmanos durante a noite, disseram residentes à Reuters na quarta-feira, mesmo depois que o presidente Maithripala Sirisena impôs emergência por sete dias para controlar a violência.

Alguns atos de violência foram instigados nas redes sociais, com postagens no Facebook ameaçando mais ataques contra muçulmanos, disse o governo.

O governo disse nesta quarta-feira que o Facebook, o Viber e o Whatsapp seriam bloqueados em todo o país por três dias.

O Sri Lanka ainda está curando as feridas de uma guerra civil de 26 anos contra os separatistas Tamil que terminou em 2009, com relatos de abusos de direitos humanos em ambos os lados. Os muçulmanos representam 9 por cento dos 21 milhões de habitantes da ilha.