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Premiê da Índia convida presidente chinês Xi para cúpula informal em 2019

27/04/2018 14h32

Por Sue-Lin Wong

WUHAN, China (Reuters) - O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, tentou quebrar o gelo ao convidar o presidente chinês, Xi Jinping, para uma cúpula informal no ano passado ao iniciar uma visita à China nesta sexta-feira, durante a qual as potências vizinhas almejam restaurar os laços deteriorados.

Modi passará cerca de 24 horas na cidade central de Wuhan poucos meses depois de uma disputa sobre um trecho da fronteira comum nas alturas do Himalaia que ressuscitou os temores de uma guerra entre as nações asiáticas.

    "Espero que tais cúpulas informais se tornem uma tradição entre os dois países. Ficarei feliz se em 2019 pudermos ter uma cúpula informal como esta na Índia", disse Modi em comentários transmitidos para os repórteres de um centro de mídia em Wuhan.

    Xi disse a Modi que a influência dos dois países no mundo e na região vem crescendo constantemente.

    "Olhando para a frente, vemos um passo acelerado e um futuro brilhante para a cooperação China-Índia", afirmou Xi.

    "China e Índia são ambas motores importantes do crescimento global, e somos pilares centrais para a promoção de um mundo multipolar e globalizado. Um bom relacionamento China-Índia é um fator importante e positivo para manter a paz e a estabilidade no mundo", acrescentou.

    Modi disse que, como Índia e China representam 40 por cento da população mundial, precisam tentar trabalhar juntas para enfrentar problemas globais.

    Enfatizando a importância da paz mundial, Modi disse que as duas nações têm que "fazer todas as contribuições possíveis".

    Mas apesar da retórica desta sexta-feira, as diferenças dos dois países são significativas. Além da disputa de trechos da fronteira de 3.500 quilômetros, eles rivalizam no Oceano Índico e têm atritos quanto a uma grande iniciativa de infraestrutura chinesa que busca ligar dezenas de países da Ásia, África e Europa.

Ainda na terça-feira a Índia expressou sua oposição ao grande plano de comércio e transporte porque uma de suas rotas atravessa a Caxemira, território administrado pelo Paquistão que Nova Déli reivindica.

    Há tempos a Índia desconfia dos laços tradicionalmente estreitos de Pequim com Islamabad.

    (Reportagem adicional de Malani Menon, Sanjeev Miglani, em Nova Déli, e Gao Liangping e Ben Blanchard, em Pequim)