Padilha diz que governo cumprirá acordo com caminhoneiros à medida que houver contrapartida
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse nesta sexta-feira que o governo do presidente Michel Temer cumprirá o acordo firmado na véspera com caminhoneiros à medida que houver a contrapartida por parte da categoria, em meio ao quinto dia de bloqueios de estradas e paralisações dos motoristas em todo o país.
Apesar da manutenção da paralisação, Padilha disse a jornalistas que o governo confia no fim do movimento e que é necessário dar tempo para que as lideranças dos caminhoneiros informem a categoria sobre o acordo.
"Quando se faz um acordo se pressupõe compromisso de ambas as partes", disse Padilha ao ser indagado se o governo retiraria as concessões dadas aos caminhoneiros na véspera em caso de manutenção da paralisação.
"Nós estamos cumprindo e vamos cumprir à medida que tenha a contrapartida dos caminhoneiros."
Na noite de quinta-feira, após sete horas de reunião, o governo anunciou um acordo que prevê o congelamento do preço do diesel nos níveis anunciados nesta semana pela Petrobras por 30 dias e em troca os representantes dos caminhoneiros consultariam a categoria para suspender a greve por 15 dias.
Pelo acordo, o Congresso também votará um projeto de lei que estabelece um preço mínimo para o frete, os reajustes do diesel pela Petrobras serão feitos a cada 30 dias, não mais diariamente, e a Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide) sobre o diesel será zerada.
Apesar do acordo, na manhã desta sexta-feira os bloqueios de rodovias continuavam em 24 Estados e no Distrito Federal, afetando alguns portos, incluindo o de Santos (SP), o maior e mais importante do país, e aeroportos, entre outros setores.
Padilha participou nesta sexta de reunião no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no Palácio do Planalto, que teve a participação de Temer. Segundo a assessoria de imprensa do GSI, o encontro foi uma “reunião de trabalho” para analisar a situação do movimento dos caminhoneiros à luz do acordo anunciado na véspera.
Também estiveram na reunião os ministros Raul Jungmann (Segurança Pública), general Sergio Etchegoyen (GSI) e Valter Casimiro (Transportes).
"O governo confia em tudo aquilo que foi ajustado com os caminhoneiros seja cumprido de parte a parte. Nós cumprimos com nossa parte, eles cumprem a parte deles", disse Padilha.
"Esse é um processo que é lento, tivemos as lideranças ontem negociando conosco por muitas horas e o comando das lideranças para chegar nas bases não é instantâneo, não é imediato."
A paralisação gerou reabastecimento em várias cidades do país, principalmente de combustíveis, com postos fechados pela falta do produto.
Apesar de dizer que o governo está confiante no fim do movimento, Padilha disse não ser possível garantir que o abastecimento estará normalizado no final de semana.
(Por Leonardo Goy; Reportagem adicional de Eduardo Simões, em São Paulo)
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