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Enviado norte-coreano irá aos EUA debater cúpula bilateral

29/05/2018 16h49

Por Josh Smith e Matt Spetalnick

SEUL/WASHINGTON (Reuters) - Uma autoridade de alto escalão da Coreia do Norte está a caminho de Nova York para conversar com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, o sinal mais recente de que uma reunião já marcada e desmarcada entre o presidente Donald Trump e o líder norte-coreano pode acontecer no mês que vem.

"Montamos uma grande equipe para nossas conversas com a Coreia do Norte. Atualmente estão ocorrendo reuniões relativas à cúpula, e mais. Kim Young (sic) Chol, o vice-presidente da Coreia do Norte, está seguindo agora para Nova York. Resposta firme à minha carta, obrigado!", tuitou Trump.

    Kim Yong Chol, vice-presidente do Comitê Central do governista Partido dos Trabalhadores e ex-chefe de uma das principais agências de inteligência militar norte-coreanas, se encontrará com Pompeo mais tarde nesta semana, informou a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders.

    "Os Estados Unidos continuam a se preparar ativamente para a cúpula esperada do presidente Trump com o líder Kim (Jong Un) em Cingapura", disse.

    O enviado norte-coreano deve voar aos EUA na quarta-feira depois de ter conversado com autoridades chinesas em Pequim, relatou a agência de notícias sul-coreana Yonhap citando uma fonte não-identificada.

    As conversas indicam que o planejamento para a cúpula histórica, inicialmente agendada para 12 de junho, seguirá adiante, apesar de Trump tê-la cancelado na semana passada em uma carta ao líder norte-coreano.

    Um dia depois Trump, que trocou insultos e ameaças frequentes com Kim Jong Un antes de os dois começarem a conversar sobre a cúpula, disse ter reconsiderado, e autoridades dos dois países estão se reunindo para acertar os detalhes.

    Kim Yong Chol será o funcionário mais graduado do regime a se encontrar com autoridades de primeiro escalão para conversas nos EUA desde que o marechal Jo Myong Rok se reuniu com o então presidente Bill Clinton na Casa Branca em 2000.

    Kim Yong Chol coordenou os dois encontros do líder norte-coreano com Pompeo em abril e maio.

    A Coreia do Norte enfrentou anos de isolamento e sanções econômicas devido aos seus programas nuclear e de mísseis desde que realizou seu primeiro teste nuclear em 2006.

    Pyongyang testou mísseis que afirma serem capazes de atingir os EUA, mas Trump prometeu não permitir que o regime desenvolva um que possa transportar uma ogiva nuclear.

    A Coreia do Norte rejeitou as exigências norte-americanas para abandonar unilateralmente seu programa nuclear, e defende seus programas nuclear e de mísseis como um meio de dissuasão contra o que vê como uma agressão de Washington. Os EUA têm 28.500 soldados na Coreia do Sul, um legado da Guerra da Coreia de 1950-53.

    Kellyanne Conway, uma das principais conselheiras de Trump, disse ao canal Fox News que uma cúpula pode não ocorrer na data marcada originalmente, mas que talvez aconteça pouco depois.

    O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e Kim Jong Un realizaram uma reunião-surpresa no sábado no vilarejo fronteiriço de Panmunjom, durante a qual concordaram que a cúpula Coreia do Norte-EUA deve acontecer.

    No domingo o Departamento de Estado dos EUA disse que autoridades norte-americanas e da Coreia do Norte tinham se reunido em Panmunjom, e Sanders afirmou que uma delegação dos EUA estava se encontrando com uma delegação norte-coreana na Zona Desmilitarizada entre as duas Coreias.

    Enquanto isso, Kim Chang Son, o chefe de gabinete de fato do líder norte-coreano, voou para Cingapura, o local programado para o encontro, via Pequim na segunda-feira, informou a emissora pública japonesa NHK.

Ao mesmo tempo, uma equipe "avançada" dos EUA estava em Cingapura para se encontrar com norte-coreanos e a Casa Branca anunciava que Trump irá se reunir com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, em 7 de junho.

    No primeiro encontro de Kim Jong Un e Moon, em 27 de abril, ambos concordaram em buscar a "desnuclearização completa" da península coreana, mas não definiram o que isso significa ou como seria levado a cabo.

    (Reportagem adicional de Christine Kim, Hyonhee Shin e Jeongmin Kim em Seul, Doina Chiacu, David Brunnstrom e James Oliphant em Washington, Michael Martina em Pequim, Kaori Kaneko, Malcolm Foster e Tim Kelly em Tóquio e Fathin Ungku em Cingapura)