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Erupção de vulcão do Havaí chega à 4ª semana e obriga governo a forçar retirada

26.mai.2018 - Moradores observam fissuras do vulcão Kilauea em uma avenida de Pahoa, no Havaí - George F. Lee / AP
26.mai.2018 - Moradores observam fissuras do vulcão Kilauea em uma avenida de Pahoa, no Havaí Imagem: George F. Lee / AP

Jolyn Rosa

Honolulu

01/06/2018 11h39

A comunidade havaiana mais abalada pelo vulcão Kilauea foi isolada após a decretação de uma nova retirada obrigatória na quinta-feira, quando a erupção chegou à sua quarta semana sem fim à vista.

O prefeito da Ilha Grande, Harry Kim, interditou uma área de cerca de 17 quarteirões da subdivisão de Leilani Estates atingida pela lava e deu a quaisquer moradores ainda no local 24 horas para se retirarem ou enfrentarem a possibilidade de ser presos.

A zona de retirada obrigatória fica dentro de uma área ligeiramente maior do que aquela já sujeita a uma retirada e um toque de recolher voluntários.

A ordem mais recente foi anunciada um dia depois de a polícia prender um morador de 62 anos de Leilani Estates que disparou uma arma de fogo acima da cabeça de um homem mais jovem da mesma comunidade, aparentemente por acreditar que seu vizinho era um invasor ou saqueador.

O confronto de terça-feira foi registrado em um celular, e o vídeo viralizou mais tarde.

Mas a retirada obrigatória foi "decidida antes deste incidente", disse David Mace, porta-voz da Agência Federal de Gerenciamento de Emergências atualmente a serviço da Defesa Civil do Condado do Havaí.

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Autoridades da Defesa Civil haviam dito que cerca de dois mil moradores dentro e no entorno de Leilani Estates foram retirados no início da erupção atual, que começou no dia 3 de maio.

Mas a estimativa é que o número total de deslocados subiu para cerca de 2.500 depois que as autoridades removeram moradores da área vizinha de Kapoho por precaução na quarta-feira porque o fluxo de lava ameaçava invadir uma estrada de acesso crucial.

Ao menos 75 casas --a maioria em Leilani Estates-- foram devoradas por torrentes de rocha derretida que emanaram de cerca de duas dúzias de aberturas vulcânicas amplas, ou fissuras, que irromperam no solo desde que o Kilauea voltou à atividade quatro semanas atrás. Os fluxos de lava também derrubaram linhas de energia e telefone na região, interrompendo as comunicações.

Além de emitir fontes de lava ininterruptamente, as fissuras vêm liberando níveis altos de gás tóxico de dióxido de enxofre de forma quase constante, o que representa um risco de saúde.

Além disso, a principal cratera vem emitindo periodicamente nuvens de cinza vulcânica que provocam dificuldades respiratórios e outros problemas para os moradores que moram na direção em que os ventos sopram.