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Canadá acerta com EUA para manter Nafta ativo, mas não agenda próxima rodada de reuniões

14/06/2018 21h03

(Reuters) - O Canadá concordou nesta quinta-feira com os Estados Unidos que as lentas discussões sobre atualização do Nafta devem continuar, embora não tenham definido uma data para a próxima rodada de negociações, afirmou uma autoridade em comentários que lançaram dúvidas sobre as chances de um acordo ser obtido este ano.

As negociações para atualizar o Acordo de Livre Comércio da América do Norte começaram em agosto e a previsão inicial era que fossem concluídas em dezembro.

O prazo já foi ampliado várias vezes, em meio a resistências de México e Canadá em aceitarem as demandas muito amplas dos Estados Unidos, como a inclusão de uma cláusula que permitiria que um membro do bloco se retire dele após cinco anos. Canadá e México são contra a proposta.

Autoridades dos EUA já deixaram claro que o tempo está acabando para se assegurar um acordo que poderia ser aprovado pelo atual Congresso do país. Os democratas, que tendem a ser menos entusiastas sobre livre comércio que os republicanos, devem ganhar mais espaço com as eleições de novembro, o que poderia tornar a aprovação de um novo Nafta mais difícil.

"Decidimos... continuar as negociações sobre o Nafta", disse a ministra canadense de Relações Exteriores, Chrystia Freeland, em Washington, após se reunir com o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer.

"Vamos trabalhar duro durante o verão", disse ela em comentários exibidos pela TV canadense. "Não definimos datas específicas hoje."

Apesar de Lighthizer ter inicialmente feito pressão para um acordo rápido para evitar conflito com a eleição presidencial do México, em 1º de julho, Freeland disse que os três países aceitaram em continuar as discussões.

Outro desafio para as discussões são as tarifas que os EUA impuseram contra importações de aço e alumínio do México e do Canadá.

Freeland disse que afirmou a Lighthizer que o Canadá está determinado em seu compromisso de impor tarifas retaliatórias contra produtos dos EUA em 1º de julho. "Não vamos escalar (a guerra comercial), mas também não vamos recuar", disse ela.

Uma fonte mexicana familiarizada com o processo de negociação disse que as autoridades estão trabalhando para marcar uma nova reunião ministerial logo após a eleição no México.