Acordo de Merkel sobre imigração depende de aprovação do Partido Social-Democrata e da UE
Por Michael Nienaber e Joseph Nasr
BERLIM (Reuters) - Um acordo de política imigratória feito pela chanceler alemã, Angela Merkel, para salvar o governo gerou ceticismo nesta terça-feira de seus parceiros sociais-democratas de coalizão, que disseram que mais trabalho e conversas são necessários para que controversa proposta avance.
Merkel precisa de apoio de seu parceiro de coalizão e Estados da União Europeia para que seu plano de limitar a chegada de pessoas em busca de asilo na economia mais próspera da Europa tenha sucesso.
Mas líderes dos três partidos da coalizão governista de Merkel fracassaram em chegar a um acordo nesta terça-feira durante um encontro de duas horas e meia na chancelaria alemã.
“Nós conseguimos ter progresso, mas não encontramos terreno comum ainda”, disse a líder do Partido Social-Democrata (SPD), Andrea Nahles, acrescentando que todos os três partidos concordaram em se reunir novamente na quinta-feira.
Olaf Scholz, vice-chanceler e ministro das Finanças do SPD, disse que mais tempo é necessário para traduzir a proposta de imigração dos conservadores para um conjunto de “regras razoáveis”
A União Democrata-Cristã (CDU), de Merkel, e sua aliada de longa data União Social-Cristã (CSU) da Baviera concordaram na segunda-feira em criar centros especiais de trânsito na fronteira com a Áustria, onde imigrantes já registrados em outros países da UE serão mantidos e então enviados de volta para os países onde se registraram inicialmente.
O plano aparentou resolver uma disputa entre os dois partidos conservadores que havia ameaçado o governo de três meses de Merkel. Mas uma pesquisa de opinião mostrou que a maioria de alemães está insatisfeita com o acordo.
O Partido Social-Democrata, que rejeitou um plano similar há três anos, se recusou a dar consentimento imediato e Estados da UE também precisam concordar em receber os imigrantes de volta.
Mais cedo nesta terça-feira, Nahles disse que o plano é inútil sem acordos bilaterais com países como Itália e Áustria, de onde a maioria dos imigrantes que chegam à Alemanha saem.
“Nós temos muitas perguntas em aberto”, disse Nahles, cujos parlamentares discutiram o acordo nesta terça-feira. Assegurar o consentimento de outros países da UE é crucial, disse.
“É por isto que considero o acordo por ora como um cheque em branco”, acrescentou.
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