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Irã assusta investidores antes de sanções dos EUA; moeda se desvaloriza

28/07/2018 14h48

DUBAI (Reuters) - O Irã planeja oferecer incentivos a investidores privados para projetos estaduais ociosos e ajudar a impulsionar a economia, informou a mídia estatal neste sábado, enquanto o país enfrenta as sanções dos EUA e a saída de muitas empresas estrangeiras.

    Em maio, os EUA abandonaram um acordo global para suspender sanções contra o Irã em troca de restrições ao seu programa nuclear, e Washington disse aos países que devem suspender todas as importações de petróleo iraniano a partir de 4 de novembro ou enfrentar medidas financeiras dos EUA.

    O novo plano iraniano, juntamente com a ação contra alegados crimes financeiros, parece ter o objetivo de aliviar a preocupação com a decisão dos EUA.

    O provável retorno das sanções desencadeou a rápida queda da moeda iraniana, protestos de comerciantes geralmente leais aos governantes islâmicos e um clamor público por de especulação.

    O plano oferecerá preços atrativos e condições flexíveis, bem como isenções fiscais, para investidores que concordarem em assumir alguns dos 76 mil projetos governamentais inacabados ou ociosos, disse o vice-presidente Eshaq Jahangiri na TV estatal.

    As sanções começam a entrar em vigor em agosto, mas algumas empresas europeias que investem no Irã e com grandes operações nos EUA já anunciaram que vão fechar negócios com Teerã.

    O rial iraniano recuou para um recorde de baixa frente ao dólar norte-americano no mercado não oficial neste sábado. O dólar foi ofertado por 97.500 riais, ante 85.500 há uma semana, de acordo com o site de câmbio Bonbast.com.

    A moeda perdeu mais da metade de seu valor este ano por causa de uma economia fraca, dificuldades financeiras nos bancos locais e grande demanda por dólares entre os iranianos que temem os efeitos das sanções.

    No final de dezembro, manifestações que começaram em meio a dificuldades econômicas se espalharam para mais de 80 cidades e vilas iranianas. Pelo menos 25 pessoas morreram, na maior expressão de descontentamento público em quase uma década.