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Adolescente palestina que agrediu soldado deixa prisão e promete seguir a resistência

29/07/2018 17h04

Por Ali Sawafta

NABI SALEH, CISJORDÂNIA (Reuters) - Uma adolescente palestina libertada neste domingo por Israel após cumprir sentença por chutar e dar tapas em um soldado israelense disse que pretende se tornar advogada para continuar a sua luta contra a ocupação da Cisjordânia.

    Ahed Tamimi, de 17 anos, tornou-se uma heroína para os palestinos depois do incidente em dezembro passado, do lado de fora de sua casa, em Nabi Saleh, um vilarejo que há anos luta contra as tomadas de terra por parte de Israel, levando a frequentes confrontos com militares israelenses e colonos judeus.

    Os israelenses classificam o incidente, que a mãe de Tamini transmitiu ao vivo pelo Facebook, como uma provocação orquestrada.

    O presidente palestino, Mahmoud Abbas, descreveu Tamini como "um modelo de resistência pacífica, provando ao mundo que nosso povo palestino permanecerá firme e constante em sua terra, não importa o sacrifício a ser pago".

    Tal comentário foi feito após ele se encontrar com a jovem e sua mãe, e publicado pela agência de notícias oficial, Wafa.

    Vestindo o tradicional lenço palestino quadriculado em preto e branco, Tamini cumprimentou dezenas de pessoas. Do lado de fora da casa de um habitante do vilarejo morto por forças israelenses, ela pediu a continuação da resistência contra a ocupação de Israel.

    Em uma coletiva de imprensa, ela falou em frente a uma árvore que tem o formato de um grande estilingue, com o tronco coberto por uma bandeira palestina e um pneu em sua base.

    "Continuarei meus estudos universitários em Direito para que eu possa participar da causa do meu país em todos os fóruns internacionais e seja capaz de representar a causa dos prisioneiros", disse.

    "A prisão me ensinou muito. Fui capaz de descobrir a forma correta de disseminar a minha mensagem para a minha pátria."

    Tamini, que tinha 16 anos quando foi presa, foi acusada de 12 crimes, mas em março confessou um crime de menor importância, incluindo lesão corporal. Ela foi sentenciada a oito meses de prisão, contando a partir de sua prisão, em dezembro.