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Acordo comercial de Trump com México esbarra em ceticismo bipartidário no Congresso dos EUA

28/08/2018 18h21

Por Richard Cowan

WASHINGTON (Reuters) - O acordo bilateral do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o México esbarrou em perguntas, sobre o conteúdo e procedimentos, de ambos os partidos no Congresso dos EUA nesta terça-feira, com o líder democrata do Senado, Chuck Schumer, dizendo que o tratado enfrenta "sérias preocupações legais".

Se Trump deixar o Canadá de fora do acordo e trouxer apenas um acordo bilateral EUA-México para ratificação do Senado como um substituto do Nafta, o presidente enfrentará uma luta árdua, disseram congressistas.

Somente um acordo trilateral seria elegível ao chamado 'fast track', a aprovação com 51 votos no Senado, enquanto um acordo bilateral exigiria 60 votos e isso pediria algum apoio de democratas potencialmente céticos, afirmaram.

Os Estados Unidos e o México concordaram em reformar o Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) na véspera, com o Canadá ainda em negociações.

Para qualificar ao processo de ratificação 'fast track' no Senado, "o governo também deveria chegar a um acordo com o Canadá", disse o senador republicano Pat Toomey em um comunicado.

"O Nafta era um acordo trilateral que somente se tornou operacional com a legislação aprovada pelo Congresso", disse Toomey, um integrante do comitê que supervisiona política comercial.

"Qualquer mudança, como o fim do Nafta, iria exigir legislação adicional do Congresso. Conversão para um acordo bilateral não qualificaria para... procedimentos ‘fast track' e, portanto, pediriam 60 votos no Senado."

O líder republicano no Senado, Mitch McConnell, disse a repórteres no Capitólio: "Vamos todos provavelmente aguardar e esperar se isso se torna um acordo canadense, trilateral em vez de apenas bilateral."

Questionado se ele daria apoio a um acordo bilateral, em vez de trilateral, McConnell disse: "Eu acho que teremos que esperar até que a interação com os canadenses esteja completa para fazer um julgamento sobre como prosseguir."

(Reportagem de Richard Cowan, Susan Cornwell, Lisa Lambert e Amanda Becker)