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Ocidente planeja presença maior no Pacífico para conter China, dizem fontes

29/08/2018 10h25

Por Colin Packham

SYDNEY (Reuters) - Estados Unidos, Austrália, França e Reino Unido abrirão novas embaixadas em países do oceano Pacífico, aumentarão a quantidade de funcionários e se engajarão com líderes de ilhas-nações com mais frequência na tentativa de conter a influência crescente da China na região, disseram fontes à Reuters.

A batalha por influência no oceano escassamente povoado importa porque cada uma das minúsculas ilhas-nações tem voto em fóruns internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU) e também controlam vastas águas ricas em recursos naturais.

Desde 2011 a China já gastou 1,3 bilhão de dólares em empréstimos facilitados e em agrados para se tornar a segunda maior doadora do Pacífico, só atrás da Austrália, provocando o receio ocidental de que várias nações pequenas acabem sobrecarregadas e em dívida com Pequim.

Em resposta, Austrália, Nova Zelândia e EUA dizem que intensificarão a ajuda econômica e ampliarão sua presença diplomática para países da região, disseram autoridades de governos e diplomatas à Reuters.

"Estamos preocupados com práticas chinesas que levam a dívidas insustentáveis", disse uma fonte do governo norte-americano com conhecimento direto do plano de Washington para a região, falando sob condição de anonimato.

Segundo a fonte, os EUA precisam ter uma representação adequada nos países do Pacífico para que seus governos saibam quais opções estão à sua disposição e quais são as consequências de aceitar outras ofertas.

A embaixada chinesa na Austrália não respondeu de imediato a um pedido de comentário. No início deste ano o embaixador chinês disse que Pequim está tomando providências para que os devedores tenham condição de quitar seus pagamentos.

Representantes dos governos da Austrália, França, Reino Unido e EUA não responderam de imediato a pedidos de comentário.

Uma fonte do governo norte-americano disse que Washington aumentará seu corpo diplomático em Palau, nos Estados Federados da Micronésia e possivelmente em Fiji nos próximos dois anos.

O governo australiano deve indicar seu primeiro alto comissário em Tuvalu dentro de semanas para ocupar logo um posto que Canberra decidiu criar só alguns meses atrás, disse uma fonte governamental à Reuters, que não quis se identificar por não estar autorizada a falar com a mídia.

O Reino Unido inaugurará novos Altos Comissariados em Vanuatu, Tonga e Samoa até o final de 2019, e o presidente francês, Emmanuel Macron, está tentando organizar um reunião com líderes do Pacífico no início do ano que vem, relataram fontes diplomáticas e governamentais à Reuters.