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Trump vê pressão da China sobre Coreia do Norte e diz que não há necessidade de exercícios com sul-coreanos

29/08/2018 18h54

Por David Brunnstrom

WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acredita ter um bom relacionamento com o líder norte-coreano, Kim Jong Un, e que "não há razão para gastar grandes quantias de dinheiro em jogos de guerra conjuntos dos EUA com a Coreia do Sul", informou a Casa Branca nesta quarta-feira.

O comunicado foi feito um dia após o secretário de Defesa dos Estados Unidos sugerir que exercícios podem ser retomados.

Em comunicado, a Casa Branca disse que o presidente dos EUA acredita que a Coreia do Norte está sob "tremenda pressão" da China, mas que Pequim também está fornecendo "ajuda considerável", incluindo combustível, fertilizantes e commodities. "Isso não é útil", informou a nota.

“Apesar disto, o presidente acredita que sua relação com Kim Jong Un é muito boa e calorosa, e que não há razão neste momento para gastar grandes quantias de dinheiro em jogos de guerra conjuntos entre EUA e Coreia do Sul.”

“Ademais, o presidente pode iniciar instantaneamente os exercícios conjuntos novamente com a Coreia do Sul, e Japão, se escolher. Se ele escolher, eles serão bem maiores do que nunca”, acrescentou.

O comunicado foi feito após o secretário de Defesa dos EUA, Jim Mattis, dizer, em meio a uma ruptura em diplomacia com a Coreia do Norte por conta do programa de armas nucleares do país, que as Forças Armadas dos EUA ainda não possuem planos de suspender mais exercícios militares com a Coreia do Sul.

Mattis disse que nenhuma decisão havia sido tomada sobre grandes exercícios para o ano que vem, mas destacou que a suspensão de exercícios neste verão como um gesto de boa fé não é definitiva.

Trump pegou muitos estrategistas militares norte-americanos de surpresa quando anunciou, após sua cúpula em 12 de junho com Kim Jong Un, que os EUA iriam suspender os exercícios de verão com a Coreia do Sul.

A ação foi amplamente criticada como uma concessão prematura à Coreia do Norte, que tem aparentado resistir a ações dos EUA para persuadi-la a abandonar suas armas nucleares.

Na cúpula de junho, o primeiro encontro entre um presidente em exercício dos EUA e um líder norte-coreano, Kim concordou em termos amplos em trabalhar em direção à desnuclearização da península coreana. Mas a Coreia do Norte ainda não deu indícios de estar disposta a abandonar suas armas unilateralmente, como o governo Trump exigiu.

Trump cancelou na semana passada uma visita do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, à Coreia do Norte, horas após Pompeo ter anunciado a visita, e reconheceu publicamente pela primeira vez que seus esforços para fazer com que Pyongyang se desnuclearize estavam paralisados.