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Pedido de moção de confiança do presidente não é tomada de poder, diz ministro peruano

Presidente do Peru, Martín Vizcarra, acusa parlamentares de pararem reformas urgentes - Mariana Bazo/Reuters
Presidente do Peru, Martín Vizcarra, acusa parlamentares de pararem reformas urgentes Imagem: Mariana Bazo/Reuters

Mitra Taj

Da Reuters, em Lima

18/09/2018 12h00

A decisão do presidente do Peru, Martín Vizcarra, de iniciar um procedimento legislativo que pode lhe permitir dissolver o Congresso não é uma tomada de poder, mas uma maneira constitucional de pressionar os parlamentares para que aprovem reformas urgentes, disse seu ministro de Relações Exteriores em uma entrevista.

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Néstor Popolizio defendeu a decisão de Vizcarra de pedir uma moção de confiança de seu gabinete, parte dos esforços presidenciais para combater a corrupção e fortalecer as instituições, negando as alegações de autoritarismo de parlamentares da oposição.

Acusando parlamentares de pararem suas principais reformas, Vizcarra pediu a moção de confiança na noite de domingo como forma de fazer avançar quatro projetos de lei que visam limpar o Judiciário e o Congresso, em uma reação a um escândalo de tráfico de influência que provocou protestos de rua.

Pela Constituição peruana, se o Congresso votar uma moção de rejeição Vizcarra teria que substituir todo seu gabinete, mas também poderia dissolver o Congresso e convocar eleições legislativas.

"Sei que este marco legal não existe em outros países. É por isso que ele pode criar certo tipo de confusão ou interpretação", disse Popolizio à Reuters na noite de segunda-feira, depois que a decisão de Vizcarra atraiu atenção internacional.

"Mas é um processo absolutamente democrático que se atém à Constituição peruana", disse.