Aiatolá culpa Estados do Golfo por ataque em parada militar no Irã
Por Bozorgmehr Sharafedin
LONDRES (Reuters) - O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, acusou neste sábado os Estados árabes, apoiados pelos Estados Unidos, como responsáveis por um ataque a uma parada militar no país que matou 25 pessoas, quase a metade delas de integrantes da Guarda Revolucionária.
Ele ordenou que as forças de segurança levem à Justiça os responsáveis por um dos piores ataques contra a Guarda Revolucionária, a mais poderosa e mais bem armada força militar do Irã, que responde ao aiatolá.
A alegação provavelmente aumentará as tensões com a rival do Irã, a Arábia Saudita, e seus aliados do Golfo, que junto com os Estados Unidos vêm trabalhando para isolar a República Islâmica.
"Este crime é uma continuação das conspirações dos Estados regionais que são fantoches dos Estados Unidos, e seu objetivo é criar insegurança em nosso querido país", disse Khamenei em um comunicado publicado em seu site.
Ele não citou os Estados. Israel, arquiinimigo do Irã, é também um aliado chave dos EUA.
O canal de televisão estatal informou que o ataque, que feriu mais de 60 pessoas, teve como alvo um encontro de autoridades iranianas na cidade de Ahvaz para assistir à cerimônia anual que marca o início da guerra de 1980-88 contra o Iraque.
Um movimento de oposição árabe chamado Resistência Nacional Ahvaz, que busca um Estado separado na província de Khuzistão, rica em petróleo, reivindicou a responsabilidade pelo ataque.
Militantes do Estado Islâmico também reivindicaram responsabilidade.
Nenhum deles apresentou provas. Todos os quatro atacantes foram mortos.
Mulheres e crianças também morreram no ataque, informou a agência estatal IRNA.
O episódio afetou a segurança do Irã, país produtor de petróleo e membro da Opep, que tem estado relativamente estável em comparação aos países árabes vizinhos, que enfrentam problemas desde as revoltas de 2011 no Oriente Médio.
A Guarda Revolucionária Islâmica tem sido a espada e escudo do governo clerical xiita no Irã desde a Revolução Islâmica de 1979.
A guarda também desempenha um papel importante nos interesses regionais do Irã em países como Iraque, Síria e Iêmen.
(Reportagem da redação de Dubai, reportagem adicional de Parisa Hafezi e Babak Dehghanpisheh)
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