Portugal alerta Venezuela que prisão de gerentes de supermercado pode afetar laços
LISBOA (Reuters) - O governo de Portugal alertou a Venezuela que os laços bilaterais podem estar em risco devido à prisão de gerentes de uma rede de supermercados de origem portuguesa acusados de elevarem em excesso os preços dos alimentos, e exigiu que o problema seja resolvido rapidamente.
O ministro de Relações Exteriores português, Augusto Santos Silva, disse que teve "uma conversa dura" sobre o tema com seu equivalente venezuelano, Jorge Arreaza, em Nova York, nos bastidores da Assembleia Geral da ONU.
A crise diplomática crescente pode azedar as relações entre o governo socialista de Portugal e o governo de esquerda da Venezuela, onde moram cerca de 400 mil cidadãos portugueses e pessoas de origem portuguesa.
"Disse ao meu colega que existe uma linha vermelha para nós, e que se não houver progresso na superação deste problema vai haver consequências para o relacionamento bilateral", disse o chanceler português em comentários televisionados.
O chanceler português classificou a operação repressiva do governo da Venezuela aos negócios como "uma iniciativa administrativa dirigida contra interesses portugueses na Venezuela". Na sexta-feira, a chancelaria convocou o embaixador venezuelano em Lisboa para dizer que Portugal está "muito preocupado" com as prisões.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse na semana passada que 34 gerentes de supermercados foram presos após serem acusados de esconder alimentos e vendê-los a preços excessivos. A mídia local noticiou que muitos dos gerentes trabalhavam na Central Madeirense, cadeia fundada cerca de 70 anos atrás por imigrantes portugueses.
A Venezuela está sofrendo com uma hiperinflação e uma escassez de bens básicos.
(Por Andrei Khalip)
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