Indicado de Trump à Suprema Corte dos EUA nega acusações de terceira mulher
Por Lawrence Hurley e Susan Heavey
WASHINGTON (Reuters) - Uma terceira mulher acusou nesta quarta-feira Brett Kavanaugh, indicado do presidente norte-americano, Donald Trump, à Suprema Corte, de má conduta sexual nos anos 1980, inflamando ainda mais um processo de confirmação já polarizado. Kavanaugh negou imediatamente a alegação.
A mulher que acusa Kavanaugh, Julie Swetnick, detalhou suas alegações em um comunicado ao Comitê Judiciário do Senado um dia antes de o órgão de maioria republicana realizar uma audiência decisiva na qual Kavanaugh e outra mulher que o acusou de agredi-la sexualmente em 1982 deporão.
Kavanaugh rejeitou as alegações mais recentes em um comunicado divulgado pela Casa Branca. "Isto é ridículo, saiu de (seriado) 'Além da Imaginação'. Não sei quem é e isso nunca aconteceu", disse Kavanaugh.
Julie é representada pelo advogado Michael Avenatti, que também defende a atriz pornô Stormy Daniels em uma ação civil contra Trump para anular um acordo de confidencialidade por meio do qual o ex-advogado pessoal do presidente pagou 130 mil dólares à atriz para dissuadi-la de falar sobre seu suposto relacionamento com Trump mais de uma década atrás.
Falando a repórteres em Nova York, onde participa de uma reunião anual da ONU com líderes mundiais, Trump disse sobre a nova alegação: "Eu acho que isso é rídiculo" No Twitter, Trump chamou Avenatti de um "um advogado de terceiro escalão que é bom em fazer acusações falsas. Avenatti respondeu no Twitter, chamando Trump de "mentiroso habitual e narcisista completo".
Em seu comunicado, Julie disse ter ido a mais de dez festas particulares na área de Washington entre 1981 e 1983 em que Kavanaugh esteve presente. Ela descreveu estupros coletivos durante os quais garotos faziam fila para estuprar garotas subjugadas.
"Aproximadamente em 1982, eu fui vítima de um destes estupros 'coletivos' ou 'de trem' no qual Mark Judge e Brett Kavanaugh estavam presentes", disse ela, mencionando um amigo próximo de Kavanaugh. Ela não identificou os agressores nem acusou Kavanaugh de participar.
"Durante o incidente, eu fui subjugada sem meu consentimento e me tornei incapaz de repelir os garotos que me estupraram. Acredito que fui drogada com Quaaludes (um sedativo) ou algo semelhante posto na minha bebida", disse.
Ela disse que também testemunhou esforços de Kavanaugh e outros de "causar meninas a ficarem inebriadas e desorientadas para que elas pudessem então ser 'estupradas coletivamente' em um quarto ou cômodo paralelo por um 'trem' de 'diversos garotos', acrescentando que ela lembra de meninos, incluindo Kavanaugh, de entrarem na fila para participarem desses estupros.
Ela não identificou os indivíduos diretamente envolvidos nesses ataques.
A Reuters não pode verificar imediatamente essas acusações. Julie e Avenatti não responderam imediatamente a pedidos de comentário. Um advogado de Mark Judge disse que ele negou a acusação de Julie.
O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, pediu para Kavanaugh retirar a candidatura em vista das alegações e disse que, se ele não o fizer, uma investigação do FBI será necessária antes de qualquer votação de sua confirmação no Senado.
(Reportagem adicional de David Morgan, Sarah N. Lynch e Doina Chiacu)
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