Responsáveis por crimes em Mianmar podem enfrentar acusações de genocídio, dizem EUA
Por David Brunnstrom e Lesley Wroughton
NOVA YORK (Reuters) - A investigação dos Estados Unidos sobre uma campanha de Mianmar contra a minoria muçulmana rohingya do país não teve como objetivo determinar se crimes contra a humanidade e genocídio foram cometidos, mas os responsáveis ainda podem ser responsabilizados por esses crimes, disse uma autoridade do Departamento de Estado norte-americano nesta quinta-feira.
O relatório do Departamento de Estado publicado na segunda-feira disse que os militares de Mianmar promoveram uma campanha "bem planejada e coordenada" de assassinatos em massa, estupros coletivos e outras atrocidades contra os rohingyas.
O documento, no entanto, não descreve a repressão como genocídio ou a classifica como crime contra a humanidade, uma questão que autoridades norte-americanas dizem ter sido um feroz debate interno que atrasou em quase um mês a publicação do relatório.
"Não houve julgamentos legais expressos no documento porque esse não foi o seu objetivo", disse o vice-secretário de Estado, John Sullivan, em uma entrevista coletiva em Nova York quando perguntado sobre o motivo de o relatório não ter usado os termos "genocídio" ou "crimes contra a humanidade".
Ele acrescentou: "Estamos trabalhando duro para processar os responsáveis, incluindo com juízos como o que vocês ofereceram - enquadrando-os em crimes contra a humanidade ou genocídio".
Sullivan falou nos bastidores da Assembleia Geral da ONU, pouco antes de o secretário de Estado, Mike Pompeo, se encontrar com Kyaw Tint Swe, o ministro de Mianmar representante do país na sessão.
Pompeo não respondeu a uma pergunta de um repórter sobre a ocorrência de um genocídio em Mianmar.
Autoridades dos Estados Unidos disseram à Reuters no início da semana que o documento do Departamento de Estado poderia ser usado para justificar novas sanções dos Estados Unidos ao país ou medidas punitivas contra autoridades de Mianmar.
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