Premiê britânica vê partido dividido por Brexit em conferência anual
Por Michael Holden
LONDRES (Reuters) - A primeira-ministra britânica, Theresa May, e seu Partido Conservador começaram a se reunir para a conferência anual da legenda neste sábado. Os conservadores se encontram amargamente divididos sobre os planos para deixar a União Europeia, o que ameaça desencaminhar qualquer tipo de acordo, colocando inclusive o cargo de May em dúvida.
Apenas seis meses antes da data na qual o Reino Unido deve deixar a UE, no dia 29 de março de 2019, a premiê afirmou que as negociações para firmar um acordo de divórcio estão sob impasse.
Ela afirma que suas propostas de "Chequers" são a única opção viável, mas líderes da UE disseram que partes dela são inaceitáveis e muitos parlamentares conservadores ameaçaram votar para não aprovar um acordo baseado nos planos de May.
A incerteza levou a preocupações de que possa não haver acordo, o que potencialmente levaria a tarifas e atrasos nas alfândegas e fronteiras.
A montadora japonesa Toyota avisou no sábado que a saída do Reino Unido sem acordo poderia afetar sua produção, e empregos poderiam estar em risco.
"É claro que queremos um acordo", disse o secretário de Negócios, Greg Clark, à rádio BBC, dizendo que May e sua equipe estavam determinados em assegurar um acordo, e que havia motivos para otimismo.
"Por isso as próximas semanas serão importantes para discutirmos questão por questão, e o que está sendo proposto para abordar as preocupações residuais que os negociadores têm, e com uma cabeça fria e reconhecendo interesses comuns vamos resolver as questões uma a uma".
Uma cúpula de líderes da UE na semana passada terminou em uma dispensa firme das propostas de May, que segundo eles não resolvem discussões sobre a fronteira terrestre da Irlanda do Norte, que faz parte do Reino Unido, com a República da Irlanda, que integra a UE, um dos principais pontos de divergência no acordo.
Em uma entrevista ao jornal Sun, o secretário britânico do Brexit, Dominic Raab, disse que a questão irlandesa estaria sendo utilizada por alguns da União Europeia para "propósitos políticos", mas ponderou que estaria aberto a sugestões do bloco.
"Eu acho que eles querem um acordo", disse. "Não estamos fingindo que não existam propostas alternativas que poderíamos analisar. Mas precisamos de respostas confiáveis para as propostas que mandamos ou alternativas possíveis, e até agora ainda não vimos nada".
A SOMBRA DE BORIS
Enquanto os parlamentares conservadores e membros do partido começavam a chegar em Birmingham, no centro da Inglaterra, para o que é esperado como uma turbulenta conferência da legenda que se inicia no domingo, muitos disseram que os planos de Chequers estão mortos e deveriam ser rasgados.
O líder linha-dura do Brexit e ex-secretário de Relações Exteriores, Boris Johnson, que se demitiu por conta da questão, pediu na sexta-feira um acordo de livre comércio com o bloco, dizendo que as atuais propostas poderiam deixar a Grã Bretanha em uma "vassalagem forçada" com a União Europeia.
Johnson, favorito dos apostadores para substituir May, se negou a responder diretamente se ele descarta ou não um desafio à sua liderança.
Enquanto May e seus ministros continuam expressando confiança de que um acordo final do Brexit pode ser acertado, eles também insistem que não chegar a um acordo seria melhor que chegar a um acordo ruim.
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