Turquia fará buscas em consulado saudita nesta 2ª em caso de jornalista desaparecido, diz fonte
Uma equipe conjunta de Turquia e Arábia Saudita vai fazer buscas no consulado da Arábia Saudita em Istambul nesta segunda-feira (15) à tarde como parte de uma investigação sobre o desaparecimento do proeminente jornalista saudita Jamal Khashoggi, disse uma fonte diplomática turca.
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Khashoggi, crítico das políticas de Riad e radicado nos Estados Unidos, desapareceu no dia 2 de outubro depois de entrar na missão diplomática de seu país em Istambul. A Turquia acredita que ele foi assassinado e teve o corpo removido, mas a Arábia Saudita nega as acusações.
"Espera-se que as buscas sejam realizadas nesta tarde", disse a fonte.
A Turquia aceitou uma proposta saudita na semana passada de formar um grupo de trabalho conjunto para investigar o desaparecimento de Khashoggi, que provocou ameaças de sanções econômicas de aliados ocidentais contra Riad.
O príncipe Khaled al-Faisal, membro da família governante da Arábia Saudita e conselheiro do rei Salman, se encontrou com o presidente turco, Tayyip Erdogan, para discutir o desaparecimento de Khashoggi, segundo duas fontes com conhecimento do assunto.
Erdogan e o rei Salman falaram por telefone na noite de domingo e enfatizaram a importância de os dois países criarem o grupo de trabalho como parte da investigação.
Já o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira que também conversou com o rei Salman sobre o desaparecimento de Jamal Khashoggi e informou estar enviando o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, para se encontrar com o rei imediatamente.
Seguindo posicionamento já dado pelo governo saudita, Salman negou ter "qualquer conhecimento do que possa ter acontecido" com Khashogg, segundo o presidente americano.
Áudio incriminatório
Mas uma autoridade e uma fonte de segurança da Turquia disseram, nesta segunda-feira, que as autoridades turcas têm uma gravação de áudio que indica que Jamal Khashoggi foi morto dentro do consulado da Arábia Saudita em Istambul.
"A polícia turca tem uma gravação de áudio que indica que Khashoggi foi morto no consulado saudita", disse a fonte de segurança à Reuters, sem fornecer detalhes adicionais.
O Ministério do Interior saudita descreveu as acusações como "mentiras". Autoridades sauditas disseram que o jornalista deixou o consulado pouco depois de entrar no local.
Uma autoridade turca disse, no entanto, que evidências que mostram que Khashoggi foi morto estão sendo compartilhadas com outros países, incluindo a Arábia Saudita e os Estados Unidos.
Khashoggi, colunista do jornal Washington Post e morador dos Estados Unidos, não é visto desde que entrou no consulado no dia 2 de outubro para obter documentos para se casar. A noiva de Khashoggi disse que ele nunca deixou o prédio.
"As evidências têm sido enviadas a todos os lados muito claramente", disse a fonte de segurança. "Agora, estamos no estágio de coletar evidências concretas no consulado".
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