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Chile ordena Igreja Católica a pagar indenização de R$ 2,5 milhões por abusos a 3 homens

O padre chileno Fernando Karadima deixa prédio da Suprema Corte em 2015 - Carlos Vera/Reuters
O padre chileno Fernando Karadima deixa prédio da Suprema Corte em 2015 Imagem: Carlos Vera/Reuters

Aislinn Laing

Em Santiago

21/10/2018 16h58

A Corte de Apelações do Chile ordenou a Arquidiocese de Santiago a pagar 450 milhões de pesos (R$ 2,5 milhões) a três homens que alegam terem sido abusados sexualmente durante décadas pelo padre chileno Fernando Karadima, publicou um jornal local neste domingo (21).

O jornal La Tercera publicou que os três juízes que escutaram o caso na quinta-feira aprovaram uma apelação de indenização por danos morais contra a igreja por supostamente encobrir os crimes.

O caso havia sido recusado anteriormente por uma instância inferior da Justiça chilena por falta de provas.

A Reuters não pode confirmar de maneira independente a publicação. A Arquidiocese de Santiago, que pode recorrer junto à Suprema Corte do Chile, não comentou o assunto.

Ao ser confirmada por um tribunal na segunda-feira, será a primeira ordem de pagamento de indenização apresentada contra a Igreja Católica Romana do Chile em um caso de abuso sexual e encobrimento que levou o papa Francisco a pedir desculpas aos fiéis.

Especialistas afirmam que a decisão pode abrir caminho para mais pedidos de indenização em meio a um novo clima de denúncias, em que centenas de pessoas se apresentaram alegando que foram abusadas e em que autoridades iniciaram dezenas de novas investigações no país.

Karadima trabalhou como padre no abastado bairro de El Bosque durante 21 anos, entre 1985 e 2006. Com 88 anos e vivendo em um asilo na capital, Karadima sempre negou as acusações de abuso. Ele nunca foi acusado por autoridades civis porque o prazo para denúncias expirou.

Ele foi declarado culpado de abuso sexual em uma investigação do Vaticano em 2011 e no mês passado foi expulso pelo papa.