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River Plate rechaça final da Libertadores em Madri

01/12/2018 16h41

BUENOS AIRES (Reuters) - A final da Libertadores entre os maiores clubes argentinos encontrou mais um obstáculo, neste sábado, quando o River Plate disse, em uma nota oficial, que rechaça a decisão de enfrentar o Boca Juniors em Madri, pela segunda partida da decisão.

Na última reviravolta da saga, o River, mandante, disse que era “incompreensível” que a partida fosse jogada fora da Argentina, embora o clube não tenha dito que se recusaria a jogar.

A partida cercada por expectativa no Monumental de Núñez, estádio do River, em Buenos Aires, foi suspensa em 24 de novembro, depois que o ônibus do time do Boca foi atacado com pedras e garrafas ao se aproximar do campo.

Vários jogadores foram atingidos pelos cacos de vidro e alguns foram afetados pelo gás lacrimogêneo usado pela polícia para interromper o ataque.

A partida foi remarcada para o dia seguinte, mas acabou novamente adiada, horas antes do pontapé inicial. O jogo de ida, no estádio do Boca, terminou empatado em 2 a 2.

Na quinta-feira, entre notícias de que a partida poderia ser disputada no Catar, a Conmebol, Confederação Sul-Americana de Futebol, anunciou a decisão de transferir a partida para o estádio Santiago Bernabéu, do Real Madrid, em 9 de dezembro.

“O River Plate rejeita a mudança de estádio”, disse o clube em um comunicado, acrescentando que a mudança para Madri “afeta aqueles que compraram ingressos e prejudica a ideia de igualdade de condições, ao retirar a vantagem do mandante”.

No entanto, o River não disse qual ação tomaria caso a Conmebol mantenha sua decisão.

O River foi multado em 400.000 dólares pelo incidente e perdeu dois mandos de campo em competições sul-americanas entre clubes. No entanto, o Boca disse que apelará da decisão, que ele considera ter sido muito branda.

O próprio Boca foi excluído da Libertadores, em 2015, depois que jogadores do River foram atacados com gás de pimenta por torcedores durante o intervalo da segunda partida das oitavas de final. O Boca diz que quer que o mesmo rigor seja aplicado ao River.

O River afirmou que o ataque ao ônibus aconteceu fora do perímetro que foi considerado sob a responsabilidade do clube.

“A responsabilidade pela falha de segurança da operação foi amplamente aceita pela maiores autoridades do Estado”, disse.

“É incompreensível que o clássico de maior importância do futebol argentino não possa ser realizado no país que recebe o G20", acrescentou o clube.

“O futebol argentino como um todo … não pode permitir que um punhado de violentos impeçam a realização do Superclássico no nosso país."

É a primeira vez que os dois clubes encontram-se na final do torneio, que é o equivalente sul-americano à Liga dos Campeões.

A partir da próxima temporada, a final será realizada em uma única partida em campo neutro - decisão que a Conmebol havia tomado antes dos problemas no mês passado.

(Por Andrew Downie)